Ministério da Saúde trata como ‘suspeito’ caso de febre amarela no RN

Ministério da Saúde trata como ‘suspeito’ caso de febre amarela no RN

 

De acordo com a pasta, ‘não há evidências’ de transmissão do vírus em Natal.

Secretaria de Natal confirmou primeira morte pela doença em 73 anos.

 

Do G1, em Brasília

Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (29) que classifica o caso da morte de uma auxiliar de enfermagem de Natal por febre amarela urbana como “suspeito” até a conclusão das investigações. Por meio de nota, a pasta comunicou que, nos últimos seis meses, não houve ocorrência de novos registros da doença na capital do Rio Grande do Norte.

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal confirmou nesta terça-feira a morte, em julho, de uma auxiliar de enfermagem, de 53 anos, por febre amarela urbana. Os exames que comprovaram a morte por febre amarela foram realizados pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

A febre amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, está erradicada desde 1942 no país.

O Ministério da Saúde informou, no fim da tarde desta terça, que foi notificado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte sobre o caso. A pasta disse que foi informada sobre os resultados dos exames no dia 22 de dezembro. Contudo, de acordo com a nota, "ainda é necessário complementar a investigação".

As secretarias estadual e municipal informaram que vão iniciar uma investigação conjunta sobre a situação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Natal, o caso, que ainda está sendo tratado como uma suspeita, necessita de uma investigação mais aprofundada afim de explicar como a paciente entrou em contato com a doença.

Agentes de Araraquara intensificam ações de combate ao Aedes aegypti (Foto: Reprodução EPTV)Febre amarela urbana é transmitida pelo Aedes

aegypti (Foto: Reprodução EPTV)

O irmão da enfermeira Rita de Cassia da Silva Santos relatou que a família desconfiou que ela tivesse dengue ou um caso de chikungunya. A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos.

De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois ciclos de transmissão do vírus da febre amarela: urbano e silvestre. No primeiro tipo de ciclo, o homem é o principal hospedeiro do vírus, sendo o principal vetor o mosquito Aedes aegypti. Os últimos casos de transmissão urbana aconteceram em 1942, no Acre.

No ciclo de transmissão silvestre, o macaco é o principal hospedeiro do vírus e os transmissores são espécies silvestres de mosquitos, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os casos silvestres são mais comuns que os urbanos.

Leia a íntegra da nota:

O Ministério da Saúde foi notificado, pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte, de caso suspeito de Febre Amarela na capital Natal, próximo ao Parque das Dunas. A pasta acompanha a investigação e ofereceu apoio às secretarias de saúde do Estado e do município na condução do caso.



O Ministério da Saúde classifica o caso como suspeito até a conclusão das investigações, mas ressalta que não há evidências epidemiológicas que sugerem a transmissão do vírus da febre amarela no município, visto que, nos últimos seis meses, não há ocorrência de novos registros da doença.



Sobre o caso em investigação, a paciente teve o início de sintomas (não compatíveis com febre amarela) no dia 28 de junho deste ano. Ela evoluiu para o óbito em 6 de julho. Vale ressaltar que a paciente não tinha histórico de viagem à área endêmica da doença. Os resultados dos exames laboratoriais realizados pelo o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém do Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, sugerem infecção pelo vírus da Febre Amarela. O Ministério da Saúde foi informado dos resultados no dia 22 de dezembro. No entanto, ainda é necessário complementar a investigação.



É importante destacar que não houve, até o momento, outros casos suspeitos em humanos ou em primatas não humanos (PNH) confirmadas no estado do RN, bem como não existem evidências de transmissão do vírus em humanos no município de Natal (RN) desde 1930.



Para esclarecer o caso, estão em curso outras medidas: investigação epidemiológica do caso; estudo ecoepidemiológico (coleta de insetos e do material biológico dos primatas para pesquisa do vírus); e a realização de exames laboratoriais adicionais nas amostras já coletadas.



A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por mosquitos. No continente americano, são observados os ciclos de transmissão urbano e silvestre. O urbano tem o homem como principal hospedeiro, sendo o principal vetor o mosquito Aedes aegypti. No ciclo de transmissão silvestre o macaco é o principal hospedeiro do vírus e os vetores são espécies silvestres de mosquitos, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de transmissão urbana no Brasil ocorreram em 1942, no Acre. Desde então, todos os casos registrados foram decorrentes do ciclo silvestre de transmissão.

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