O Ministério da Saúde enviou mais de seis toneladas de larvicida para o Rio Grande do Norte para tratar 3 milhões de litros de água. A ação, divulgada nesta segunda-feira (14), faz parte do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya.
O material é suficiente para tratar um volume de água equivalente a 120 piscinas olímpicas. O larvicida é usado quando não é possível eliminar o foco de água parada, local onde o mosquito se reproduz. De janeiro a novembro foram enviadas 5,4 toneladas para o Rio Grande do Norte. Neste mesmo período, o ministério encaminhou 114.4 toneladas de larvicida a todos os estados.
Para 2016, o Ministério da Saúde já adquiriu mais 100 toneladas do produto, que vai garantir o abastecimento até junho. Entre outubro deste ano e junho do próximo ano, cerca de R$ 10 milhões foram investidos em produtos. O ministério ainda alerta que a população também tem papel fundamental no processo com a adoção de medidas simples: a eliminação de recipientes que podem acumular água e servir de criadouro para o Aedes aegypti.
A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) criou um comitê de emergência em saúde pública. O comitê será formado por profissionais de diversas áreas da saúde. A Sesap também adotou um protocolo específico de investigação epidemiológica, conduta clínica e fluxograma de atendimento e acompanhamento nos serviços de saúde de referências para casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika em recém-nascidos e gestantes
As Forças Armadas também devem reforçar o combate ao mosquito no RN em janeiro. Com a capacitação dos militares prevista para dezembro, o governo quer estar com o reforço atuando a partir de janeiro em nove municípios do estado. Kristiane Fialho, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesap, informou que a pretensão é trabalhar com a proporção de dois militares para cada agente de endemias em campo. A capacitação dos integrantes do Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira está agendada para os dias 22, 23, 29 e 30 de dezembro no 16º Batalhão de Infantaria Motorizado, na Zona Leste de Natal.
Microcefalia
O Rio Grande do Norte é o estado com maior número de mortes de bebês com microcefalia no Brasil. Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o RN teve sete óbitos de recém-nascidos com malformação na cabeça e suspeita de infecção pelo vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os casos ainda estão em investigação para confirmar a causa das mortes.
O ministério registrou 106 casos suspeitos de microcefalia no estado até 5 de dezembro. O RN é o quarto em casos suspeitos, atrás de Pernambuco (804), Paraíba (316) e Bahia (180). O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, decretou situação de emergência por causa do aumento no número de casos no estado.