O desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência, em Natal, reuniu milhares de pessoas na praça Pedro Velho (Praça Cívica), na manhã desta segunda-feira (8). De acordo com a organização do desfile, aproximadamente 15 mil pessoas acompanharam a movimentação, que ocorreu na avenida Prudente de Morais. Não foram registrados incidentes.
Contando com a presença do prefeito de Natal, Carlos Eduardo, e do governador Robinson Faria, os festejos tiveram os desfiles de tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de representantes das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal de Natal, Secretaria de Mobilidade Urbana, além de escolas e grupos de escoteiros.
Ao todo, o tráfego na região ficou parado das 7h até as 11h, quando foi encerrado oficialmente o desfile e os fiscais de trânsito iniciaram a liberação das vias.
Curiosidade
A maioria das pessoas que foram ao desfile tem o costume de participar dos festejos de 7 de Setembro, É o caso do taxista Joel Nunes de Oliveira, de 61 anos, e do seu filho Aldo Nunes de Oliveira de 11 anos. Joel sempre vai matar a saudades dos seis anos que passou como militar do Exército Brasileiro no início da sua vida adulta.
Boa parte da família dele é de militares da Polícia Militar. Seguindo a herança de família, o filho Aldo também quer vestir farda. "É muito interessante a polícia e o Bope. Quando crescer, quero ser do Bope", declarou a criança.
Porém, apreciar o desfile da independência é um desafio. Além de chegar cedo para garantir um bom lugar, é preciso precisa suportar o sol forte, quando não se encontra um lugar à sombra, e manter-se de pé por três horas. Para quem tem a mobilidade reduzida tudo isso é quase impossível.
Ivanaldo Adelino de Oliveira, de 37 anos, é cadeirante há 9 anos e hoje resolveu ir com a sua mulher para a parada cívica. "Eles [os militares da organização] falaram que quando fechasse a grade ia me colocar pra dentro pra eu poder ver, mas acabaram não me colocando. Aqui não existe acesso pra cadeirante de forma alguma. Eles deveriam olhar com mais carinho e atenção pra gente, devia ter um local específico", comentou.
Protestos
Além do desfile entidades civis das forças militares, houve mobilização de servidores estaduais da Saúde do Rio Grande do Norte e coleta de assinaturas para agilizar o processo judiciais em caso de corrupção. O Sindicatos dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), Sindicato dos Médicos (Sinmed/RN) e Sindicato dos Odontólogos (Soern) foram protestar próximo ao palanque das autoridades.
“A maior parte da nossa pauta de reivindicações não foi atendida, a saúde continua um caos e viemos aqui hoje expor essa situação para a população”, disse Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde/RN. Os outros dois sindicatos aderiram ao movimento depois que o Executivo, por força judicial, retirou adicionais dos médicos e odontólogos do Estado.
Prestes a completar 90 dias em greve, a líder sindical falou que a manifestação tinha também o objetivo de mostrar que o país vivia numa falsa democracia e que ainda dependia do grande capital estrangeiro. Não houve conflito entre os manifestantes e os militares.
O movimento Força Democrática de Natal também esteve nas proximidades da Praça Cívica durante a manhã de hoje. O grupo recolhia assinaturas para uma projeto que pretende mudar a legislação.
"Fizemos a coleta de assinaturas para um projeto do Ministério Público Federal com dez medidas para alterar o código penal e o código de processo penal e dar mais agilidade aos processos relacionados aos crimes de corrupção e colarinho branco", explicou Arthur Dutra, advogado e um dos integrantes do movimento. Segundo ele, foi possível recolher 200 assinaturas durante o desfile.