Médicos que atuam no Estado entrarão em greve na próxima-segunda, 17, e a paralisação se refletirá em Mossoró. O Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), que já sofre com a superlotação, deve ser o mais atingido com mais essa greve. Os servidores estaduais da saúde já paralisaram as atividades desde o dia 11 de junho.
Além dos médicos e funcionários da saúde, há um indicativo de greve geral dos demais servidores estaduais em razão dos cortes da gratificação de insalubridade e adicional noturno nas aposentadorias.
O médico Ronaldo Fixina, delegado da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), vinculado ao Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (SINMED), diz que a decisão está tomada, caso não aconteça nenhum fato novo até a próxima segunda-feira, 17. Além de um protesto contra os cortes, Fixina destaca também que a paralisação será por melhores condições de trabalho e realização de concurso público.
O presidente do Sindicato dos Odontologistas do Rio Grande do Norte, Ivan Tavares, informa que a categoria já aprovou o indicativo de greve também para início na segunda-feira, 17. A assembleia com a categoria foi realizada na quarta-feira passada, 12.
Ivan Tavares ressalta que com o corte, servidores ativos e aposentados chegam a perder 25% do salário. Segundo dados do sindicato, 80% dos odontólogos que atuam no Estado estão distribuídos nos municípios em Unidades Básicas de Saúde e Hospitais de Alta Complexidade.
Hermes Oliveira, do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do Rio Grande do Norte (SINAI), ressalta que o órgão irá apoiar o movimento grevista, mas por enquanto não paralisará as suas atividades.
Na próxima segunda, médicos, odontólogos, servidores da saúde e demais categorias realizam um grande ato público em Natal, em frente ao Hospital Walfredo Gurgel, a partir das 9h.
Sindsaúde aciona Ministério Público
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (SINDSAÚDE) protocolou ontem, 14, uma denúncia junto ao Ministério Público, no intuito de chamar a atenção do órgão para os problemas enfrentados pelos pacientes do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e demais unidades de saúde.
De acordo com o diretor regional do Sindicato, João Morais, foram utilizados vários materiais veiculados na mídia local, principalmente na impressa, junto aos autos do processo. “A cada dia se agrava mais o problema no Tarcísio Maia e é uma situação que não pode continuar”, afirmou.
Segundo ele, um dos pedidos feitos ao Ministério Público foi com relação à retomada das obras de ampliação do hospital, que estão paralisadas há vários meses. “Toda segunda-feira o Sindsaúde faz uma contagem dos pacientes que estão nos corredores do Tarcísio Maia e a média é de 30 pacientes. A obra tem um projeto de acrescentar mais 36 leitos ao hospital, então pensamos que já seria a solução para um dos problemas que o Tarcísio Maia enfrenta”, destacou João Morais.
Ele explicou ainda que a intensão é que o Ministério Público venha a somar com o sindicato e à população de Mossoró e região. “Ninguém está imune. Hoje são essas famílias que estão lá sofrendo, amanhã pode ser qualquer um de nós”, acrescentou.
CÂMARA
Na próxima terça-feira, integrantes do Sindsaúde vão participar da sessão da Câmara Municipal, no intuito de pedir apoio aos vereadores para o problema da saúde no município.
NOTA
Ontem, 14, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) emitiu uma nota lamentando a morte de uma paciente ocorrida na quarta-feira passada, 12, nas dependências do Tarcísio Maia (HRTM), explicando as circunstâncias do atendimento e informando que determinou a abertura de processo de sindicância administrativa na unidade hospitalar.
