De acordo com o chefe de operações da Polícia Civil do município distante 54 km de Natal, Renato Dias, a agressão aconteceu após o médico pedir para que o senhor de 65 anos esperasse a sua vez de ser atendido. O agressor, por sua vez, havia se queixado de fortes dores no peito, que já perduravam desde a noite passada, e solicitava urgência no atendimento.
“O médico disse que se ele estava com dor desde ontem, devia ter ido ao hospital na noite passada [no domingo] e que ele esperasse para ser atendido na sua vez. Foi ai que o idoso deu um soco na boca do médico”, contou Renato Dias. Após a agressão, seguranças do hospital foram acionados para apaziguar a situação e evitar maiores tumultos no interior da unidade de saúde. A Polícia Militar chegou em seguida.
Alegando dores, o idoso, que ainda não teve sua identidade revelada, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) de Goianinha e conduzido ao Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, onde recebeu atendimento.
O médico agredido prestou depoimento na Delegacia Civil de Goianinha e, posteriormente, foi liberado. Ainda segundo Renato Dias, o agressor deve responder judicialmente por agressão, lesão corporal e atentado ao pudor.
O caso será entregue a Promotoria de Justiça de Goianinha. “Vamos aguardar o acusado prestar depoimento, realizar exame de corpo de delito e, em seguida, entregar o caso à Justiça”, informou Renato.
Esse é o segundo caso registrado de agressão contra profissionais de medicina em menos de um mês no estado. No último dia 4, o administrador Guilherme Faria agrediu o também médico plantonista Antônio Andrade no posto de saúde de Tibau do Sul, no litoral sul do Rio Grande do Norte.
O caso teve grande repercussão na internet depois que um vídeo da agressão começou a ser compartilhado no Facebook e chegou até os veículos de comunicação do estado.
Por decisão judicial, Guilherme está impedido de deixar a sua cidade por um período maior do que sete dias sem que a justiça seja notificada. O administrador pode responder por até quatro crimes.
Procurado pelo NOVO, o Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-RN) não se posicionou sobre o caso recente. Segundo a recepcionista da entidade, o CRM está em período de recesso e só voltará às atividades normais a partir da segunda semana de janeiro, quando responderá solicitações da imprensa.
O Conselho, todavia, já havia solicitado maior segurança para os profissionais de saúde que atendem na rede pública estadual logo após o incidente envolvendo Guilherme Mendes e o médico Antônio Andrade.
O NOVO também tentou entrar em contato com a Secretaria de Saúde de Goianinha para maiores esclarecimentos, mas nossas ligações não foram atendidas. Também buscamos informações com o Hospital de Goianinha, mas as funcionarias da unidade não quiseram falar sobre o assunto.
Já a Polícia Civil da cidade preferiu não divulgar nem confirmar o nome do médico sob a alegação de que o profissional pediu para que sua identidade fosse preservada.