Médico critica falta de vacinas, mas minimiza riscos para bebês

Médico critica falta de vacinas, mas minimiza riscos para bebês

 A falta de vacinas contra hepatite B e tuberculose para recém-nascidos de Natal, publicada na edição desta sexta-feira (8) da Tribuna do Norte, preocupa a classe médica potiguar. Apesar de considerarem prematura uma possível corrida a clínicas particulares em busca das imunizações, os especialistas entendem que a falta de abastecimento pode ser um indício de que o programa de vacinação pública do Brasil, que é um dos mais avançados do mundo, não receba mais a devida atenção da União.

Arquivo TN/Emanuel AmaralPediatra Ney Fonseca diz que, no momento, não há motivos para desesperoPediatra Ney Fonseca diz que, no momento, não há motivos para desespero

 

O pediatra Ney Fonseca, que atua na área há aproximadamente 40 anos, explica que a imunização em bebês é fundamental e, ocorrendo logo após o nascimento, fica afastado o risco de que os pais adiem a vacinação, o que pode ampliar os riscos de contaminação dos recém-nascidos. 



"Essas vacinas são muito importantes exatamente na prevenção dessas duas doenças, a tuberculose e a hepatite. Quando mais precocemente se adquirir essa vacina, ela fica protegida mais de cedo. Não vacinar uma criança logo após o nascimento é o que chamamos de oportunidade perdida", disse Ney Fonseca.



Na opinião do médico, a vacina é o melhor custo-benefício para a saúde pública, por custar pouco e evitar mais gastos com tratamentos e o próprio sofrimento com as doenças. Contudo, mesmo com a falta de vacinas, o pediatra explica que não há motivos, pelo menos no primeiro momento, para pânico entre os pais.



"Ele pode até sair da maternidade e não tomar, mas deve fazer o mais rapidamente possível. O risco que um bebê corre não é tão grande porque ele estará em casa e as doenças não são tão comuns, mas não deixa de ser uma oportunidade perdida", explicou o médico, afirmando ainda que as clínicas particulares, neste momento, não teriam condições de suprir a alta demanda pelas vacinas.



Mesmo com os riscos de contaminação não sendo considerados altos, o médico afirma que a falta de vacinas deve servir como alerta para que a população cobre o poder público a continuidade e prioridade ao programa de vacinação.



"O programa de vacinação pública do Brasil é o mais completo do mundo. Se tem um setor da saúde pública que sempre funcionou bem, é o programa nacional de imunizações. Mas cada vez que acontece um episódio desses, a ‘rainha da coroa’ começa a fraquejar. A população deve clamar por isso. Não se trata do risco de contaminação, mas isso reflete que o sistema que era perfeito dá sinais de que pode falhar", alertou.

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