Manifestação custará R$ 20 mil

Manifestação custará R$ 20 mil

 Faixas, bandeiras, carro de som, apitos, tintas, água e segurança privada. A estrutura de apoio para o ato público “Impeachment Já” também chamado de movimento “Vem pra rua”, a ser realizado neste domingo, 15, foi custeado com a contribuição de membros de cerca de grupos que se uniram por meio de mídias sociais na organização do evento. “Cerca de R$ 20 mil foram arrecadados para esses gastos com faixas, bandeiras, seguranças”, disse Geraldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

Ainda segundo ele, o sindicato não está convocando o ato, mas tem auxiliado na organização. “Houve uma movimentação muito intensa dos médicos e um pedido para organizar”, acrescentou Ferreira. Além da entidade sindical, o líder da classe médica se articula com grupos formados a partir de redes sociais. Para a organização do evento, foram realizadas várias reuniões presenciais. Em postagens no Facebook, circula um banner convocando cidadãos para o movimento contra a presidente Dilma Rousseff. Assinam a postagem os seguintes grupos assim intitulados: Força Democrática, Revoltados On Line, GAM, Vermelho Nunca Mais, Unidos Pela Liberdade, Movimento Brasil Livre, Frente Potiguar Pela Liberdade, Indignação Brasil e Resistência Médica Anti-PT.

Os membros dos grupos realizaram a contribuições espontâneas. “As pessoas contribuíram com R$ 100 a R$ 200 de acordo com o cada um podia. Mas o ato está aberto a todos aqueles que querem se manifestar contra o governo de forma pacífica”, informou.

A organização do ato também montou estratégias de segurança. A principal delas envolve seguranças uniformizados e à paisana. “Teremos um grupo de 40 seguranças com camisas pretas e também vamos ter seguranças infiltradas dentro da multidão”, explicou. Além disso, o movimento solicitou a presença da Polícia Militar e entregou com antecedência à STTU o percurso planejado. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) divulgou que 750 agentes públicos estarão presentes para garantir a segurança, a fluidez possível do trânsito e apoio em saúde. Para coordenar essas ações, o Gabinete de Gestão Integrada será acionado. Ferreira não quis arriscar uma estimativa de participantes, mas as forças de segurança pública preveem 5 mil pessoas. Pelo Facebook, 5.053 confirmaram a participação na mobilização em Natal.

O presidente do sindicato dos médicos também falou que os médicos farão uma marcha que antecederá o ato Impeachment Já. Cerca de 500 médicos sairão da Associação Médica do Rio Grande do Norte, localizada na avenida Hermes da Fonseca. Com camisas estampadas com a frase “Por um Brasil melhor, Basta de Corrupção”, os profissionais médicos deverão se unir aos demais manifestantes às 15h, nas proximidades do Midway Mall, por volta das 15h. “Obviamente, eles vão com suas famílias e seus filhos. É um protesto absolutamente pacífico e para a família”, frisou. Sobre os desejos intervenção militar, Ferreira falou essa proposta não tinham ressonância nos grupos e surgia de forma isolada.

PT X PSDB
Embora a organização destaque o protesto do domingo será apartidário, vários políticos já confirmaram a presença. Um deles é o presidente estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o deputado federal Rogério Marinho. “Irei no dia 15 porque é uma manifestação da sociedade civil, não é patrocinado por nenhum partido político”, disse.

Além disso, o parlamentar criticou aqueles que classificam o movimento de domingo como golpista. “O Impeachment é caracterizado pelo PT como golpe, mas é um instrumento constitucional. O PT também lutou pelo Impeachment de Collor e de Fernando Henrique Cardoso”, acrescentou.

O deputado Fernando Mineiro (PT) disse que não tinha nada a comentar sobre o ato deste domingo. Outro expoente do partido do governo federal, Fátima Bezerra, disse apenas que era um direito. “É um direito que eles têm de se manifestarem. Espero que seja uma manifestação democrática e pacífica”, completou.

Há também quem não vá se manifestar, mesmo t4endo marcado presença nos movimentos mais intensos da última década na capital. Uma delas é a estudante Géssica Régis. Ela faz parte da Executiva Estadual da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL), uma entidade que surgiu para fazer frente à União Nacional dos Estudantes. Também filiado ao PSOL, ela decidiu não participar de nenhuma das manifestações. “Impeachment não é solução para esse país. A nossa solução é construir as lutas pelo transporte público, contra as medidas provisórias que cortam direitos do trabalhadores e todas as questões importantes para nossa sociedade”. Ela também condenou a possibilidade de Intervenção Militar. “É um absurdo. Na nossa opinião não é Dilma que constrói as alternativas para os trabalhadores, mas também não vai ser a volta da ditadura”, opinou.

 

Publicado em: TN Online

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