Hoje tem protesto contra corrupção

Hoje tem protesto contra corrupção

Mais de 12 mil pessoas são esperadas na tarde de hoje (15) para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff em Natal. A concentração da Marcha anti-Dilma está prevista para as 15h e vai ser ilustrada com representações da presidente Dilma e do ex-presidente Lula atrás das grades. Além disso, políticos de oposição também devem prestigiar o ato..

 
O protesto segue a movimentação que ocorre hoje em diversas cidades do país e foi divulgado pelas redes sociais, em pequenos atos, panfletos e até faixas espalhadas pela cidade com frases metafóricas convocando a população a ir para a rua pedir o impeachment da presidente e punição para os envolvidos em casos de corrupção.
 
Em Natal, como da última vez, o movimento vai ocorrer nos arredores do Shopping Midway Mall, entre as Avenidas Salgado Filho e Bernardo Vieira. “Vamos manter a mesma estrutura mesma estrutura e temos uma expectativa de público maior, porque há uma mobilização maior. Não há expectativas de que a situação no país melhore e os escândalos de corrupção continuam, por isso há uma mobilização em todo o país por mudanças”, explica Arthur Dutra, um dos líderes do movimento em Natal. 
 
A passeata percorrerá a Avenida Salgado Filho, sentido Zona Sul, até a Avenida Miguel Castro. Além de Natal, os manifestantes do Rio Grande do Norte também confirmaram protestos em Mossoró e Caicó. A organização, mais uma vez, comercializou camisetas padronizadas para a ocasião ao preço de R$ 20. A arrecadação servirá para cobrir os custos do evento. Quem não adquiriu camiseta, é possível ainda encontrar à venda na passeata, mas pode usar qualquer roupa, de preferência com as cores da bandeira do Brasil.
 
“Preparamos uma parte humorística, mas crítica, que é a representação de Dilma e Lula presos. Nossa principal reivindicação é o impeachment da presidente”, explica Arthur. Ele diz que, embora ainda não haja processo de impeachment contra a presidente, o fato de a população ir para a rua pedir isso demonstra a crescente insatisfação popular. “A ideia é fazer pressão popular no congresso mostrando que a população não tolera mais a presidente e a incapacidade dela de solucionar a crise econômica”, completa.
 
Esta é a terceira vez que potiguares realizam protesto contra o governo da presidente Dilma, acompanhando o movimento de outras partes do país. Profissionais liberais, empresários e servidores públicos formam a maioria dos participantes. Em 15 de março a Polícia Militar estimou que cerca de 12 mil pessoas participaram do ato em Natal e mil em Mossoró. Já os organizadores da manifestação estimam a participação de mais de 40 mil pessoas em Natal. No segundo protesto, em 12 de abril, a polícia disse que 5 mil pessoas participaram do protesto e organização estimou 7 mil. Em Mossoró, segundo a polícia, 500 pessoas caminharam contra Dilma pelas ruas da cidade.
 
Nas outras ocasiões, políticos compareceram ao ato e prometem participar novamente. “A presença de políticos não interfere no objetivo do protesto. Não se pode proibir que estejam lá como cidadãos, mas não poderão usar a palavra ao microfone”, diz o organizador. 
 
Senador José Agripino participa em Natal 
 
O Senador democrata José Agripino garantiu que estará presente no protesto de hoje em Natal. Assim como ele, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) também deverá caminhar com os manifestantes reforçando o posicionamento político que defende no parlamento contra a presidente Dilma Rousseff.
 
“O primeiro participei em Brasília. O segundo em Natal e neste voltarei a participar em Natal. São manifestações de indignação da sociedade pela má gestão da presidente e contra a corrupção, indignação que nós demonstramos no Senado”, declara José Agripino. 
 
Para Agripino, os movimentos são importantes, mas ainda não há como se concretizar um impeachment da presidente. “Impeachment só existirá quando houver fundamentos jurídicos e ainda não há esses fundamentos”, diz. Ele acredita que o movimento popular que culmina nestes atos pode pressionar as instituições a tomarem providência contra as interferências do Executivo nos parlamentos e contra os crimes de corrupção. “No Tribunal Superior Eleitoral pressiona para que penalize contra eventuais crimes eleitorais. O movimento das ruas dará suporte às instituições democráticas que existem e estão funcionando. As investigações contra a corrupção serão fortalecidas e enaltecidas com a pressão dos movimentos”, diz o senador.
 
Para Garibaldi Alves (PMDB) os movimentos são legítimos e simbolizam o sentimento da população. “Avalio, como a própria presidente reconhece, como legítimo e reflete a impaciência e a indignação das pessoas. Isso deve levar a ter respostas no campo democrático, mas não defendo movimentos que venham a forçar a quebra das instituições democráticas”, declarou. 
 
Como membro da base aliada do governo Dilma Rousseff, Garibaldi declarou que não participará de nenhum ato. “Vou ficar na paz. Sou da parte do governo e não vou participar de nenhum movimento”, concluiu.
 
O deputado federal e presidente de honra do PSDB no estado, Rogério Marinho, sinalizou que deve comparecer à manifestação. Ele disse que a chave da crise está nas mãos da sociedade e que, por isso, a população precisa ir às ruas. O tucano, que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff e acredita que o governo da petista não tem mais condições políticas e administrativas para reverter a crise instalada no Brasil atualmente. “Estamos assistindo a derrocada da sociedade brasileira. Os investidores não confiam na segurança jurídica, na estabilidade econômica ou na condução política do governo. A chave da crise está nas mãos da sociedade brasileira, a população precisa ir às ruas manifestar a sua irresignação”, disse Rogério Marinho em entrevista concedida a uma rádio de Natal. Segundo Rogério, Dilma está praticamente sem articulação política junto a Câmara dos Deputados e vem sofrendo seguidas derrotas em votações consideradas importantes diante do ajuste fiscal recentemente apresentado. 
 
Fernando Mineiro, do PT, diz que impeachment não é saída 
 
Em resposta aos movimentos contra a presidente Dilma Rousseff como as passeatas de protesto e os panelaços durante pronunciamento da mesma na televisão, os petistas declaram que tudo se trata de uma disputa política que deveria ter sido encerrada com a vitória de Dilma nas eleições passadas. Contudo, essa situação trouxe para a disputa o ex-presidente Lula, que nesta semana declarou que voltará a viajar pelo país para defender o governo petista e convocou movimentos sociais e empresários a apoiarem a presidente.
 
Em Natal, o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) defende que a discussão em torno dos problemas do país seja feita no amplo debate e não como se estivesse numa eleição. “São momentos de acirrada disputa política no país que, pelo patamar da eleição do ano passado, continua com todo fervor nesse semestre. Acho que precisamos enfrentar a crise econômica, a corrupção, numa disputa de narrativas”, disse.
 
Os líderes do PT têm convocado os movimentos sociais e sindicais, militância, empresários e representantes da base aliada para contrapor atos anti-Dilma. “Isso faz parte desta disputa política. Estamos fazendo nossa parte, nosso papel. Não tem como a presidente sair para a oposição assumir, a oposição perdeu e não existe nenhuma sociedade que o governo saia e a oposição assuma. Essa não é a saída para resolver os problemas do país. Precisamos é fortalecer ainda mais instituições”, diz Mineiro.
 
O governo federal endossou em várias frentes, nesta semana, sua defesa contra os movimentos deste domingo, para evitar que a crise política se torne irreversível e ameace o mandato de Dilma. Na quarta-feira, o ex-presidente Lula participou da 5ª Marcha das Margaridas pedindo para que a população não a julgasse em tão pouco tempo. “Quando a gente está preocupado, tem que saber o que a gente era quando começamos esta luta, como era esse país há 12 anos, na época dos salvadores da pátria. Não julguem o governo por seis meses de mandato”, discursou. 
 
Lula também está conversando com representantes de movimentos sociais, empresários e líderes da base aliada do governo no Congresso. Lula atribui à crise internacional a responsabilidade pela atual dificuldade econômica no Brasil e pede tempo para que Dilma possa superar os problemas.  Na última quinta-feira (13) Dilma reuniu sindicalistas, estudantes, quilombolas e religiosos num grande ato político, batizado de “diálogos com movimentos sociais”, onde defendeu-se das acusações contra o seu governo e justificou medidas inpopulares.
 
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