Giselda receberá apenas casos graves

Giselda receberá apenas casos graves

 Referência no atendimento a doenças infectocontagiosas de nível terciário, o Hospital Giselda Trigueiro (HGT), localizado na Zona Oeste de Natal, passou a funcionar com porta regulada a partir de ontem (18). A medida autoriza a unidade a receber apenas os pacientes que passaram pelo processo de regulação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), ou seja, após a realização de avaliação médica que constate a necessidade de atendimento dos pacientes no HGT conforme cada caso. O procedimento será realizado pelo Complexo Estadual de Regulação da Sesap.

Adriano AbreuGiselda Trigueiro começou a adotar o novo critério de atendimento ontem, recebendo apenas casos de média e alta complexidadeGiselda Trigueiro começou a adotar o novo critério de atendimento ontem, recebendo apenas casos de média e alta complexidade



Anterior à expedição do decreto datado de janeiro de 2014, após pactuação feita entre as secretarias estadual e municipal de saúde, que determina o novo critério de atendimento, pessoas que manifestavam sintomas comuns a doenças como dengue, ou que foram mordidas por animais ou, ainda, que sofreram algum ferimento com material perfurocortante procuravam atendimento no hospital pela referência que se tem no tratamento de doenças como dengue, raiva e tétano. Acontece que tais casos devem ser acolhidos por unidades hospitalares da rede municipal. 



Por ser considerado de nível terciário, o foco nos atendimentos é direcionado aos casos de média e alta complexidade. “O que acontecia é que nós realizávamos o atendimento em consideração à falta de insumos na rede municipal”, explicou Célia Pereira, diretora médica do HGT, citando como exemplo a aplicação de doses de vacinas e soros antirrábicos e antitetânicos. Neste primeiro momento, as Unidades de Saúde da Família (USF) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) já passam a dispor das vacinas, o que não será mais necessário o deslocamento dos pacientes ao Giselda Trigueiro para receberem as doses. 



Em relação à vacinação antirrábica, dentre as unidades municipais de saúde, 13 já dispõem das doses. São elas: Unidades de Saúde da Família do Gramoré, Bom Pastor Brasília Teimosa, Felipe Camarão II, África, Nova Natal, Nazaré, Soledade I e Vale Dourado, as  Unidades Mistas de Saúde do Cidade Satélite e de Felipe Camarão, e as  Unidades Básicas de Saúde do Alecrim e das Quintas. Em breve, a Unidade Básica de Saúde do bairro Cidade da Esperança passará a contar com doses da vacina antirrábica. Já a antitetânica é disponibilizada em toda a rede.



Se o caso requerer acompanhamento especializado ou tratamento à base de soroterapia, o paciente será encaminhado à unidade hospitalar estadual para atendimento. “Nós aguardávamos que a rede municipal de saúde se organizasse. Há a perspectiva de melhora a partir do momento em que estas unidades disponibilizem a soroterapia”, contou Célia, que destaca como um dos benefícios da nova organização a proximidade das unidades de saúde aos pacientes que necessitam de atendimento.



No ano passado, o hospital registrou demanda de 1.215 atendimentos relacionados à casos de raiva. Deste total, 70% dos pacientes eram de Natal, e apenas 11,2% dos natalenses precisavam do soro. “Os outros 59% poderiam procurar buscar apoio na rede municipal”, contou a diretora. Pacientes vindos do interior já contam com as doses das vacinas nos hospitais regionais de Caicó, Pau dos Ferros e Mossoró, além de serem encaminhados à unidade já regulados.



“Muita gente acha que é fechamento de porta. Não é verdade. O paciente terá atendimento básico próximo de casa e os pacientes graves terão melhor assistência no hospital que foi determinado para o caso, sem ter que passar por espera”, destacou a dirigente. Ao longo dos últimos dois anos, o HGT orientou as pessoas que procuravam a unidade sobre as readequações, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde preparava as unidades para garantir o atendimento primário. 



A expectativa é a de que o atendimento ao público após o período de chuvas, época em que se costuma contabilizar casos de doenças epidêmicas, seja mais eficiente. “Nós esperamos uma demanda menor. Os casos graves que chegarem ao hospital serão atendidos prontamente porque os demais casos serão direcionados aos devidos locais”, considerou Pereira.



Serviço



Locais de atendimento

Acidentes ofídicos (picada de cobra): Giselda Trigueiro

Soroterapia antirrábica e antitetânica: Giselda Trigueiro (em breve o procedimento será transferido às 

unidades municipais de saúde)

Vacinas antirrábica e antitetânica: Unidades Básicas de Saúde

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