Crianças morrem por microcefalia em Natal e SMS anuncia novas ações

Crianças morrem por microcefalia em Natal e SMS anuncia novas ações

 

Para combater mosquito transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zica, medidas vão desde campanhas de conscientização até arrombamento de áreas onde proliferação possa acontecer


Por Ayrton Freire

 
Integrantes da Secretaria Municipal de Saúde anunciaram as novas medidas para combater o mosquito aedes aegipty (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)
Integrantes da Secretaria Municipal de Saúde anunciaram as novas medidas para combater o mosquito aedes aegypti (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)

Natal vive uma verdadeira guerra contra o aedes aegypti. Nesta segunda-feira (7), foram apresentadas em um encontro na Secretaria Municipal de Saúde as novas ações para o combate do mosquito transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika.

As medidas buscam reverter o preocupante cenário da capital que está em estado de emergência devido o aumento dos casos de microcefalia. Por meio de gráficos, a coordenadora do Setor de Vigilância Epidemiológica, Aline Bezerra, revelou o crescimento assustador dos casos de crianças com má formação do cérebro em Natal.

“A gente tinha um caso de microcefalia por ano desde 2010 e neste ano, somente de setembro até hoje, registramos 37 crianças com a doença. Dessas, quatro morreram”, destacou.

Diante do cenário preocupante, o secretário de saúde, Luiz Roberto Fonseca explicou que “houve a necessidade do estado de emergência ser declarado”.

Para Alessandre Medeiros, chefe do Centro de Controle de Zoonoses, os casos vieram à tona devido “os esforços que estavam sendo feitos para o combate do mosquito não estarem fazendo efeito”.

O próprio Alessandre explica o insucesso dos métodos que estavam sendo utilizados. “Nossas ferramentas eram antigas e por isso percebemos que necessitávamos de uma nova abordagem. Até porque a chikungunya é uma ameaça real em Natal que conta com dois casos suspeitos”, revelou.

Novas abordagens

As novas abordagens para o combate do aedes aegypti passam pelo projeto denominado de “Vigiadengue”. Nesse contexto, as ações “têm o objetivo de tornar a identificação do vírus e as ações mais ágeis”, destaca Alessandre.

Alessandre explicou que, antes o tratamento era feito levando em conta os dados gerais do município e que agora “será distinta para a necessidade de cada bairro. Assim, combatendo o mosquito no determinado local que ele nasce será impedido o desenvolvimento dele para toda a cidade”.

O grande exemplo que comprova a necessidade do tratamento específico para cada região de Natal é o bairro de Nossa Senhora da Apresentação. Segundo Alessandre, “enquanto a capital como um todo não registrava a epidemia, no bairro ela já existia e de lá pode ter se espalhado para a cidade inteira”.

A situação do bairro de Nossa Senhora da Apresentação é preocupante. Tanto que um dos dois casos suspeitos de chikungunya foi registrado na região. O segundo foi percebido no bairro do Potengi.

Secretário de saúde, Luiz Roberto Fonseca, teceu duras crítivas à greve dos agentes de endemias (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)
Secretário de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, teceu duras crítivas à greve dos agentes de endemias (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)

Além do tratamento para cada bairro, um esquema dividido em quatro níveis que sobem de acordo com a gravidade do problema foi montado. Para cada nível, ações diferentes serão tomadas.

As medidas passam desde campanhas de conscientização para a população até o arrombamento de áreas abandonadas onde a proliferação do mosquito possa está acontecendo.

Greve dos agentes

O secretário de saúde Luiz Roberto Fonseca teceu duras críticas aos agentes de endemias que aderiram a greve que dura aproximadamente um mês. “Espero que prevaleça o bom senso. Não vamos permitir que o sindicato cause danos à população. No momento em que estávamos controlando a situação em Nossa Senhora da Apresentação houve a greve e novamente aumentou a proliferação no bairro. Essa greve é inoportuna”, declarou.

O secretário revelou que de 292 agentes de endemias, 193 estão paralisados. Dentre eles, concursados que estão em período probatório e que não poderiam aderir ao movimento. Por essa razão, um processo foi aberto contra eles e, segundo Luiz, “o sindicato será responsabilizado”.

Luiz ainda comentou que chegou a receber uma ligação telefônica do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, que demonstrou muita preocupação com a greve. Sobre a possibilidade das forças armadas apoiarem as ações contra o mosquito, o secretário disse que “ainda não é o momento, mas, se preciso, serão chamadas”.

 

 

Atualizado em 7 de dezembro às 15:01

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