Sindicato também irá apresentar um relatório com denúncias sobre a falta de condições de trabalho dos profissionais do hospital
Por: Redação
No último sábado (16), trabalhadoras do setor de nutrição do Hospital Municipal de Natal foram chamadas de “macacas” por uma nutricionista. “Eu acho que tem uns macacos aqui, porque as bananas estão sumindo”, afirmou a nutricionista, diante das servidoras. Pouco depois ela teria reclamado que os profissionais se ausentam muito do local de trabalho e disse: “vou ter que comprar umas coleiras… o pessoal sai demais”.
O episódio revoltou os servidores da nutrição, que procuraram o Sindsaúde. “O que ela fez não foi só assédio, mas racismo. Chamar de macaco é dizer que nós negros somos inferiores, que não temos inteligência, como animais. E ainda disse que ia colocar coleiras nas pessoas, como em uma senzala”, afirma Célia Dantas, do Sindsaúde.
O Sindsaúde conversou com os servidores da nutrição e fará um ato nesta quarta-feira (20), a partir das 9h, em frente ao hospital, em conjunto com o Movimento Quilombo Raça e Classe. No ato, o sindicato também irá apresentar um relatório com denúncias sobre a falta de condições de trabalho dos profissionais do hospital e os problemas encontrados no atendimento à população.
“Os servidores do novo hospital não têm condições de trabalho e sofrem com o assédio moral e a sobrecarga. Mais de 70% são terceirizados ou temporários, ou seja, estão mais vulneráveis ao assédio”, afirma Célia Dantas. O sindicato protocolou no dia 11 de janeiro um pedido de audiência com a Secretaria Municipal de Saúde sobre as condições de trabalho no hospital e a realização do concurso público, cujo edital deveria ter sido publicado ainda em outubro.