A diretora geral do HWG, Maria de Fátima Pereira Pinheiro, disse ser esse um problema crônico, que até dois meses atrás tinha diminuído, porque a Central de Regulação da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) vinha conseguindo regular a entrada de pacientes clínicos oriundos do interior nos hospitais em Natal.
Fátima Pinheiro afirmou que a Central de Regulação acabou não dando conta da demanda de pacientes vindos do interior e passou a fazer o controle de entrada dos pacientes por leitos hospitalares. “A Central de Regulação não teve perna para dar conta de tudo”, afirmou. Com isso, segundo a diretora do HWG, “as ambulâncias estão vindo sem controle”, diretamente dos municípios para aquela unidade.
Um socorrista que não quis se identificar, disse que chegou no HWG às 12 horas e só saiu por volta das 16 horas de ontem, depois que voltou à base do Samu Metropolitano, em Macaíba, para pegar uma maca de outra ambulância que está em desuso, a fim de trocar e colocar o paciente que aguardava um leito hospitalar.
A diretora geral do HWG disse que todo dia uma equipe multidisciplinar percorre os corredores e enfermarias e UTIs para avaliar a situação clínica de cada paciente, a fim de liberar aqueles que estão estáveis para os 16 leitos de retaguarda existentes no Hospital da Polícia Militar, na avenida Prudente de Morais, e 40 situados num anexo do Hospital Psiquiátrico João Machado, na avenida Alexandrino de Alencar, ambos no Tirol.
Em outros casos, segundo Fátima Pinheiro, também são feitas transferências de pacientes para o Hospital Rui Pereira, em Petrópolis, onde existem 96 leitos, mas que não são exclusivos para retaguarda do HWG, e que é referenciado para atendimento de pré-diabéticos. Para a diretora do HWG, uma saída para a recorrente retenção de macas e até mesmo para sanar a superlotação nos corredores da unidade hospitalar, é a regionalização do atendimento de média complexidade, que o governo está implantando em cidades pólos, como Mossoró, Assu e São Paulo do Potengi.
De acordo com levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), pela manhã já havia 168 pacientes alocados em macas em corredores e outras dependências, nos quatro maiores hospitais do Estado: Walfredo Gurgel, Santa Catarina e Deoclécio Marques, na Região Metropolitana de Natal (RMN), e o Tarcísio Maia, em Mossoró. Na semana passada, a última contagem feita até o dia 19, esse número era de 139.
É um absurdo, os pacientes precisando de atendimento adequado e tendo que aguardar por um leito nas ambulâncias, inclusive travando a circulação delas na cidade para prestar serviço à população”, afirmou Lúcia da Silva, diretora do Sindsaúde e técnica de enfermagem do Walfredo Gurgel.
Corredores
Pacientes em macas
em hospitais do Estado
Natal
Walfredo Gurgel 98
Santa Catarina 14
Parnamirim
Deoclécio Lucena 41
Mossoró
Tarcísio Maia 15
Fonte – Sindsaúde
A chamada “ambulâncioterapia” voltou a superlotar os corredores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), o que provocou a retenção na frente da unidade de oito ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na manhã de ontem (26) e sete no período da tarde. Por falta de leitos para os pacientes, trazidos pelo Samu, as macas dos veículos ficaram retidas no interior do HWG.
Magnus NascimentoAmbulâncias que levaram pacientes ao Walfredo Gurgel ficaram paradas boa parte do dia