30/01/2019
30/01/2019
Os Individualistas radicais que não toleram qualquer arranjo que não derive da escolha consciente, atacam a família como dispensável e, pior, como uma forma de opressão patriarcal da qual as mulheres e crianças devem ser libertadas caso queiram desfrutar de uma liberdade e satisfação próprias. Estilos de vida alternativos se apresentam para substituir o arranjo familiar, eles vêm sob a forma de permissividade sexual, uso de drogas, divórcio fácil e dissolução da família, promoção da gratificação pessoal à custa da responsabilidade pessoal, desprezo aos códigos morais religiosos e tradicionais, programas assistencialistas que fomentam a dependência econômica, social e política. No ataque à família, apresenta-se a visão da esquerda e seu revisionismo das instituições, buscando sempre alinhá-las aos requisitos da primeira pessoa, o indivíduo e sua liberdade, alicerçada no desejo, sem contenção ou transcendência, ou baseada na autonomia, onde a busca por essa liberdade sempre vai encontrar uma razão que incite e justifique a conduta. A Família não é acidental, diz o filósofo Roger Scruton, e o vínculo familiar só seria dispensável se o fossem também o prazer, a diligência, o amor, a tristeza, a paixão e a obediência, e isso apenas a minoria pode persuadir-se por qualquer razão a renunciar. A família é uma sociedade limitada, mas verdadeira, e é anterior a todo Estado ou Nação. Também é uma instituição social que se define por suas funções, Dr. Lyle H. Rossiter cita: Gerar, proteger e socializar o jovem, regular o comportamento sexual, ensinar e modelar a conduta e as proibições da consciência, os ideais de equidade e justiça, os mecanismos de recompensa e punição por mérito e merecimento, transmitir valores morais, sociais e políticos, ser foco do trabalho produtivo, prover conforto emocional, apoio e refúgio para seus membros, servir como fonte de referência para status como Etnia, Cultura e raça. Essas funções parecem ser universais entre as culturas, sociedades e períodos históricos. Redesenhar os termos do relacionamento individual, familiar e societal parece ser a grande utopia dos que defendem o individualismo radical. A intenção final ao se tentar destruir a família é, na conclusão do Dr. Lyle no seu livro A Mente Esquerdista, coletivar as grandes dimensões do relacionamento social e trazê-las para o controle cada vez maior do Estado. A defesa do individualismo radical e o ataque à família buscam, na verdade, em vez de libertar o indivíduo, aprisioná-lo.
Publicado no Agora Jornal dia 30/01/2019.