27/12/2018
27/12/2018
A Declaração da independência Americana reconhece que os homens nascem iguais e tem direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Reconhece que nascem iguais, mas a partir daí a liberdade, instrumento do livre arbítrio constrói o caminho de cada um. A possibilidade de interferência nessa liberdade é a proteção do outro. Na parte que toca a si próprio, corpo e consciência, o ser é soberano. Em relação ao aborto, a posição contrária refere que a decisão da mãe interfere sobre o direito à vida do feto, o que limita sua autonomia.
Em todas as sociedades há insatisfação com a distribuição da renda, e a maior parte das atividades de governos tem sido mudar a distribuição através de leis, incentivos, taxas e impostos, de forma a produzir uma distribuição diferente do que a economia de mercado produz, tornando-a mais equitativa. Mas a tentativa de entregar ao estado o planejamento da economia, como ocorreu nos países comunistas, resultou em fracasso. Adam Smith definia três obrigações ao governo: a proteção da sociedade contra a violência e a invasão de outros países, a proteção dos membros da sociedade contra a injustiça e a opressão de outro membro, ou seja implantar um sistema de justiça, e terceiro cuidar de certas obras ou instituições públicas, que um pequeno número de indivíduos não teria interesse ou capacidade de manter.
Quase tudo que fazemos tem efeito sobre terceiros, isso justificaria o governo intervir em quase todas as esferas, mas isso é uma falácia, as medidas do governo impactam outros, impondo custos ou benefícios. Um quarto dever do governo, citado por Milton Friedman é o de proteger membros da comunidade que não podem ser considerados responsáveis, como crianças e incapazes. Esse dever é também susceptível de abuso por parte do governo.
Uma sociedade que põe a igualdade acima da liberdade, no sentido de igualdade não de oportunidades, mas de resultados, terminará sem uma nem outra. O uso da força para se obter a igualdade vai destruir a liberdade e a força, inicialmente adotada para bons propósitos, terminará nas mãos de gente que a usa para promover seus próprios interesses. A sociedade que põe a liberdade em primeiro lugar terminará tendo como feliz subproduto liberdade e igualdade maiores. Movidas pelos interesses lícitos as pessoas colaboram, interagem, negociam, fazem trocas, gerando mobilidade e diversidade, e o desfavorecido de hoje pode ser o privilegiado de amanhã, assim a vida se torna mais plena e mais rica.
Publicado no Agora Jornal dia 26/12/2018.