Artigo: O Brasil "Despiorou"

29/07/2022

Artigo: O Brasil "Despiorou"

29/07/2022

Não, vocês não leram errado, escrevi assim, propositadamente, e explicarei o porquê. Há pelo menos vinte anos, sou leitor, assíduo, da assim chamada grande mídia, ainda no tempo das famosas e saudosas edições impressas. Com o advento das edições via internet, tornei-me mais um adepto dessa forma de comunicação. Acho, então, que tenho sido uma testemunha viva do descrédito dessas grandes mídias, que através da ideologização desmedida e mentirosa, caíram no descrédito total da população em geral. O grande tiro no pé desferido pela citada mídia foi tentar se distanciar, irremediável e dolosamente da realidade, mesmo sabendo que a grande maioria dos seus assinantes são cabeças pensantes, pois, fazem parte da classe média e podem pagar por uma assinatura, que não é tão barata, daí o motivo, da grande debandada dos seus leitores e assinantes. Revistas que tinham a tiragem de mais de um milhão de exemplares, hoje amargam uma tiragem de no máximo duzentos mil exemplares.

Uma comentarista famosa, de uma das maiores redes de televisão, em pleno ar, vendo que a esmagadora maioria dos índices econômicos do Brasil tinham melhorado, em vez de dizer que a nossa economia estava melhorando, falou este desvario: O Brasil DESPIOROU, daí o título deste artigo.
No momento, estamos passando por um período de convulsão internacional, no que tange a economia: inflação alta, juros altos, luta diária para diminuir o preço dos alimentos. Já se fala nos grandes fóruns internacionais na quebra da segurança alimentar e, principalmente, dos combustíveis, que como todos nós sabemos, o Brasil é autossuficiente em petróleo, contudo, não dispomos de refinarias suficientes para o refino, visto que a grande refinaria de Pernambuco, após consumir algo em torno de vinte bilhões de reais, ainda não funciona plenamente, isto em associação ao grande prejuízo herdado da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que também nunca foi operacional.
A Petrobrás, principal operadora de petróleo no Brasil, foi fundada no dia três de Outubro de 1953, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Como já citado acima, somos autossuficientes em petróleo, uma vez que a extração total em todas as bacias, em número de nove, somam 2,8 milhões de barris de petróleo diariamente, enquanto nosso consumo diário é de 2,2 milhões de barris, sendo as principais Bacias: Bacia de Campos; Bacia de Santos; Bacia do Espirito Santos e Bacia do Recôncavo Baiano.
O grande problema atual é que, por falta de refinarias, não refinamos o suficiente para nos tornarmos independentes de importação, apesar de termos dezessete Refinarias, espalhadas por todo território nacional. Dentre as principais destacamos: Refinaria Duque de Caxias; Refinaria de Paulinia e a Refinaria Alberto Pasqualine, localizada em Canoas, no Rio Grande do Sul. Entretanto, a produção de todas as dezessete refinarias não consegue refinar todo o nosso petróleo extraído, uma vez que nossa capacidade de refino totaliza um percentual de setenta e sete por cento. Então, precisamos comprar vinte e três por cento do que consumimos, ficando o preço dos combustíveis ao sabor do preço internacional, do barril de petróleo, do tipo Brent, que em virtude do colapso da exportação da Rússia, por causa da guerra contra a Ucrânia, encontra-se em alta volatilidade.
Todos esses problemas econômicos, no momento atual, não são exclusivos do Brasil. Os Estados Unidos da América, juntamente com a Europa, vão amargar a maior inflação dos últimos quarenta anos. Na Europa, a situação é pior, pois, além desses motivos expostos, a falta de gás natural já se concretizou e os incêndios florestais já se espalham, principalmente, pela Espanha. Sendo pior asituação da Alemanha, onde se pronuncia uma recessão econômica.

Francisco das Chagas Bastos Filho – Presidente em exercício do Sinmed-RN

 

*Artigo publicado no Agora RN em 28/07/2022

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