13/06/2018
13/06/2018
Em Obrigado Pelo Atraso Thomás Friedman diz que estamos em um momento de intensa aceleração no mundo, e a progressão geométrica, anunciada por Malthus para o aumento da população, é muito mais forte na computação e na inteligência artificial. A aceleração na globalização de fluxos, conectando as pessoas com tablets e celulares, permitem a competição, conexão, colaboração e inventividade de uma forma nunca vista, seja para os construtores ou para os destruidores, para as forças da ordem ou do caos. O contato entre estranhos com a aceleração das ideias nas redes sociais está contribuindo para rápidas mudanças na opinião pública, tradições, pontos de vista e sabedoria convencional já não parecem tão sólidos. Aliada a isso, a grande aceleração do sistema socioeconômico global atinge a natureza numa dimensão e velocidade difícil de estimar. A aceleração na geopolítica tornou o mundo mais interdependente, mas abalou os estados fracos, pelo aumento das demandas de suas sociedades, o que pode levá-los da fragilidade à desintegração, o maior poder dos indivíduos é amplificado pelas redes sociais. A Sociedade e a Civilização ocorrem como interação entre Política, Cultura e Liderança. Quem sobrevive não é o mais forte, mas o mais flexível a se adaptar. A natureza opera com mecanismos de regulação que exigem diversidade, mudança e adaptação, aprendizagem contínua, interdependência entre nichos e redes, reaproveitamento, incorporação de fatores externos, paciência, para manter a estabilidade. Para um mundo em mudança e transformações a uma velocidade acelerada, essas lições da natureza podem ser traduzidas no plano da sociedade em formas de convivência onde o que vier do melhor ou mais forte possa ser absorvido sem o sentimento de humilhação, mas como algo que venha a melhorar e fortalecer quem recebe e incorpora essa influência. Deve-se optar pela diversidade e variedade que enriquece a capacidade de resposta aos problemas, deve-se ter um sentido de propriedade e pertencimento que desenvolvam o apreço, o zelo, o cuidado, para com as coisas que são comuns e precisam ser conservadas pelo seu valor para todos, o que é de todos não deve ser visto como de ninguém, mas como realmente de cada um.
*Publicado em 13/06/2018 no Agora Jornal