AGENDA BRASIL – SEGURANÇA

04/04/2018

AGENDA BRASIL – SEGURANÇA

04/04/2018

AGENDA BRASIL – SEGURANÇA

Para Manuel Castells, da economia do crime derivam a criminalidade, desintegração social, despesas com a polícia, judiciário, penitenciárias. As transações criminosas, tráfico, contrabando, lavagem de dinheiro, corrupção, são asseguradas por meio de violência em um nível extraordinário, incluindo intimidação, tortura, sequestro, assassinatos. A identidade cultural, sexo, drogas, consumo, alimenta a maior parte dessas redes criminosas, fornecendo códigos e normas de comprometimento e cumplicidade. Criminosos ousados e bem sucedidos tornam-se modelos para uma geração de jovens sem perspectivas fáceis de saírem da pobreza, gozarem os prazeres do consumo e viver aventuras. Surtos e explosões de violência podem ocorrer e Steven Pinker, em Os Anjos Bons de Nossa Natureza, aponta que isso acontece quando estão comprometidos o Estado, a Justiça e a Punição. Tudo parece ter se combinado nesse momento no Brasil. Sérgio Guimarães Ferreira em artigo sobre segurança pública em Brasil a nova agenda social aponta o Brasil como o sexto do mundo em homicídios, 25,8 para 100.000 habitantes em 2005, e isso vem piorando. Como estratégias para prevenção da violência deve-se combinar ações com foco em territórios conflagrados e indivíduos de alto grau de letalidade, mapeamento do crime por denúncias anônimas, boletins de ocorrência e batidas policiais, análises de georreferências, território, dias e horários de crimes, associação de eventos e crimes aos mesmos indivíduos, bônus por desempenho no combate à criminalidade, punição do criminoso, certeza da pena. Como não é possível policiar todos os locais ao mesmo tempo, o foco deve ser nos territórios conflagrados, encarceramento de criminosos, principalmente os mais letais e que representam maior ameaça à sociedade. O uso da força devidamente organizada e armada, e sua resposta imediata ao crime, certeza da pena, acompanhamento dos egressos das prisões, repressão a armas de fogo em áreas conflagradas e estratégias de integração ampla da sociedade, onde se sinta a presença de políticas sociais do Estado, tornam possível a redução substancial de crimes violentos. 

Geraldo Ferreira Filho

*Artigo publicado no Agora Jornal (Agora RN) dia 04/04/2018.

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