15/11/2024
15/11/2024
Durante uma assembleia realizada nesta quarta-feira (15), o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN) foi informado que os médicos de Ipanguaçu estão sem receber salários desde setembro, a última parcela paga foi referente ao mês de agosto. Como resultado, seis das oito unidades de saúde do município estão sem médicos, e as duas restantes seguem com o atendimento do Programa Mais Médicos.
Diante da situação, os profissionais enviaram à Prefeitura de Ipanguaçu um aviso formal solicitando o pagamento dos salários de setembro até o dia 31 de outubro e o pagamento de outubro até o dia 5 de novembro. Contudo, nenhuma resposta foi recebida da administração municipal, o que levou os médicos a interromper os atendimentos nas unidades de saúde básica da cidade.
Ações Legais e Denúncias
Em resposta à falta de pagamento, o Sinmed RN afirmou que tomará medidas legais contra a Prefeitura de Ipanguaçu. O sindicato irá convocar uma reunião com o Ministério Público e a Justiça Estadual para discutir o caso e buscar soluções para o impasse. Além disso, a empresa Promove, responsável pela contratação dos médicos, também será acionada judicialmente, já que é ela quem gerencia a prestação de serviços médicos e emprega os profissionais afetados pela falta de pagamento.
Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, comentou que a situação é um reflexo de um problema crescente em diversos municípios do estado, onde os médicos têm enfrentado dificuldades financeiras devido ao não pagamento de salários. “O calote que estamos vendo é uma prática recorrente em várias cidades, e o sindicato está acompanhando de perto essa situação. Temos buscado a mobilização da sociedade, do Ministério Público e da Justiça, além de intensificar ações contra os municípios e empresas que negligenciam os direitos dos médicos”, afirmou.
Campanha Contra o “Crime Financeiro”
O Sinmed RN considera a falta de pagamento uma violação grave dos direitos trabalhistas, classificando-a como um “crime de natureza financeira” contra os médicos. “Esses valores correspondem à nossa sobrevivência, à compra de alimentação, ao pagamento de contas básicas. Quando um ente público ou privado deixa de cumprir com sua obrigação, está cometendo um crime financeiro contra a categoria”, enfatizou o presidente do sindicato.
Como parte de sua estratégia, o Sinmed também iniciará uma campanha de mídia, com o objetivo de denunciar os prefeitos e empresas responsáveis pelo não cumprimento das obrigações financeiras com os profissionais de saúde. A campanha visa pressionar as autoridades e dar visibilidade ao problema, que afeta diretamente a vida e o bem-estar dos médicos, além de comprometer a qualidade do atendimento à população.