Não bastasse o AVC ser uma doença tão grave que se tornou a principal entre as causas de mortes, os pacientes do Hospital Walfredo Gurgel enfrentam, no momento, falta de neurologistas, principal médico responsável por esses casos. Com isso, fica comprometido ainda mais o já complicado cuidado ao paciente, podendo ser responsável por uma incidência maior de óbitos.
Os neurologistas foram se aposentando, pediram diminuição de carga horária, transferência ou demissão. A direção do hospital buscou, inicialmente, contratos terceirizados para suprir os médicos.
Como mesmo assim não resolveu, determinou que clínicos gerais assumissem a medicação diária dos pacientes, o que pode acarretar condução inadequada, já que o quadro precisa dos especialistas.
No momento há um impasse e o sindicato cobra que o Estado contrate os neurologistas suficientes. Ainda mais que, no serviço público, o hospital é a referência para AVC. Para melhorar a assistência, o hospital programa a criação da Unidade de AVC, com centralização dos pacientes e recursos para melhores resultados, mas isso esbarra na grave crise de recursos humanos.
Por dia, chegam ao hospital de 12 a 15 pacientes com suspeita de AVC, 6 a 7 ficam internados. Há semanas que até 24 pacientes ocupam diariamente leitos no pronto-socorro. Nas enfermarias, mais 13 pacientes precisam dos cuidados dos neurologistas que estão em falta no hospital. Sem a presença deles, o tratamento pode ser afetado e o resultado comprometido.
Dr. Geraldo Ferreira – Presidente do Sinmed RN