13/02/2023
13/02/2023
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN), acompanhou uma reunião de pais de pacientes com Transtornos do Espectro Autista (TEA), com vistas à criação de uma associação para lutar pelos direitos das pessoas com TEA.
Pacientes da Zona Norte de Natal enfrentam dificuldades com o deslocamento para a região central, com longas viagens em linhas de ônibus precárias, para sessões de tratamento que duram uma média de 20 a 30 minutos. A linha de ônibus que fazia o trajeto da Zona Norte ao Centro de Reabilitação Infantil (CRI), foi desativada, dificultando ainda mais o deslocamento desses pacientes.
A grande luta, à qual o Sinmed se incorpora, é por um centro de tratamento para estes pacientes na Zona Norte de Natal. A prevalência de TEA nos últimos anos está aumentando aparentemente de forma acelerada. Dados das estatísticas norte-americanas do CDC (Central of Disease Control) mostram que a prevalência do TEA aumentou de 1 em cada 150 crianças em 2000-2002, para 1 em 68 crianças durante 2010-2012 e 1 em 59 crianças em 2014, e nos dados do mês de março de 2020, alcançou-se marca de 1 em cada 54 crianças. Isso significa que a incidência do autismo mais do que duplicou em 12 anos.
Paralelo a isso, as políticas públicas, garantidas em lei, não se efetivam na prática. Na Zona Norte de Natal, pais e mães reclamam da falta de centros de tratamento, além disso, existe uma grande desassistência como a falta de auxiliares de ensino nas escolas. Outra problemática é com a demora para se conseguir um laudo diagnóstico, que em alguns casos, pode levar anos. As mães relatam espera de até 1 ano para conseguirem consulta com um neuropediatra. É comum as crianças chegarem a 10 ou 12 anos sem conseguirem o diagnóstico.
Os planos de saúde, apesar da garantia da Agência Nacional de Saúde, se negam a fornecer o tratamento. As pessoas com TEA correm riscos muito acima da população geral, elas são 40 vezes mais propensas a sofrerem acidentes fatais do que a população infantil em geral. Entre as causas mais comuns, afogamento é a principal.
Além disso, os estudos apontam que a idade média com que uma pessoa diagnosticada com autismo morre é de apenas 36 anos, sendo que para a população em geral a expectativa de vida ultrapassa os 70 anos. Tudo isso exige atenção da Sociedade e dos governos, com políticas de saúde e educação efetivas para que os portadores de TEA tenham uma vida digna, assistidos em sua busca de autonomia e cidadania.