05/02/2019
05/02/2019
A nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamenta a teleconsulta, que é a consulta médica remota mediada pela tecnologia, com médico e paciente localizados em diferentes espaços geográficos.
Apesar de prever como premissa obrigatória o prévio estabelecimento de uma relação presencial, ela também prevê que em áreas geográficas remotas, o modo virtual é permitido para cobertura assistencial, o que deixa brechas para duas possibilidades de problemas: em relação ao governo entender que pode abrir mão da presença do médico em comunidades remotas e oferecer um atendimento superficial, pode também permitir que planos de saúde utilizem essa modalidade abusivamente, afastando o paciente do seu médico, e isso como um todo pode gerar dificuldades na condução do tratamento, com possibilidades de erros e resultados insatisfatórios.
Em relação a resolução, o que as entidades médicas têm entendido é que é necessário uma discussão mais aprofundada sobre a questão da teleconsulta, para que isso não possa ser um instrumento na mão de gestores ou de planos de saúde, e venha a oferecer uma assistência precária aos pacientes e pôr em risco o trabalho do médico.
Para o presidente do Sinmed RN, Geraldo Ferreira, a regulamentação da telemedicina é necessária, mas é preciso que haja uma revisão, principalmente no que diz respeito a teleconsulta: “uma regulamentação feita sem uma ampla consulta a todas as instituições e a categoria médica, fi
nda em resultados que não são consensuais. A princípio, vemos que a questão da teleconsulta é a mais controversa, e é também rejeitada, em partes, pela população, que vê na consulta mais uma forma de ser afastada do médico” disse.
Sobre os riscos que a teleconsulta pode trazer para a população e para o profissional médico, Geraldo salientou: O perigo é em relação aos planos de saúde, por razões de procura exagerada por lucros e também do próprio serviço público que, por não dispor de médicos em números suficientes, possam recorrer oferecendo aos pacientes apenas consultas desta natureza”.
“É muito importante uma regulamentação rigorosa, que não afaste o relacionamento do médico, que preveja a relação médico/paciente, para que não ocorra o crescimento de casos de erros de diagnósticos ou maus resultados de tratamentos” defendeu Geraldo Ferreira.