Impactos da reforma da Previdência para a categoria médica é tema de palestra realizada pela FENAM
02/03/2017
A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e a Confederação Nacional dos Médicos (CNM) realizaram nesta quinta-feira (23), em parceria com a Queiroz Assessoria Parlamentar, uma palestra sobre os impactos da reforma da Previdência (PEC 287) para a categoria de médicos, com atenção sobre as mudanças na aposentadoria especial das atividades prejudiciais à saúde, as regras de transição e a idade mínima.
A ideia é que, semanalmente, a empresa de assessoria e consultoria em Políticas Públicas, esclareça dúvidas e aprofunde o conhecimento sobre os temas propostos.
Nesta semana, a palestra foi ministrada por Antônio Augusto de Queiroz, que é jornalista, analista político, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, e também colunista do portal
Congresso em Foco.
O especialista destacou os principais pontos das mudanças, e enfatizou como pode afetar a categoria médica. “Os médicos são fortemente afetados por essas mudanças e precisam dialogar com os parlamentares e destacar as especificidades da profissão, os riscos a que estão expostos, demonstrar que há prejuízo à saúde sobre as mais variadas formas, de um lado pelo estresse, de outro pelo convívio de pessoas com doenças que podem ser contagiosas. Em função de tudo isso, é necessário buscar um tratamento que mantenha a aposentadoria especial”.
Para o presidente da FENAM, Otto Baptista, a ação auxiliará os sindicatos e toda a categoria médica, para esclarecer dúvidas sobre a PEC 287. “É muito importante que nossa categoria se una, para que possamos interpelar junto aos deputados federais e senadores sobre essa grande preocupação que ficou pairada com relação ao novo regime previdenciário proposto. Precisamos evitar esta tragédia da reforma da previdência para a população e principalmente para o médico brasileiro”, enfatizou.
O secretário de Comunicação da FENAM, Jorge Sale Darze reforçou que as mudanças trarão diversos prejuízos, não só para os médicos, mas para todos os trabalhadores brasileiros. “Sabemos que este é um debate que não foi apresentado à sociedade civil organizada. Muito menos o Congresso Nacional estabeleceu agenda onde a população pudesse participar com suas contribuições e críticas ao terem sido apresentadas como remédio para a crise do país. Portanto estas reformas estão exigindo de todos nós brasileiros e nós médicos, uma reação de frear essa perversidade que está em curso no Brasil. Reformando a previdência, mais adiante reformando os direitos trabalhistas e causando sério prejuízos aos trabalhadores”.
O presidente da CNM e secretário de Finanças da FENAM, Geraldo Ferreira, destacou que a reforma da Previdência trará inúmeros prejuízos, principalmente para os pensionistas. “A mudança gera dificuldades para a aposentadoria, aumenta a idade para 65 anos, e 35 de contribuição é prejudica as pensões, ou seja, se o médico vir a falecer, sua esposa terá grande dificuldade, pois receberá muito menos. Nosso trabalho agora, FENAM e CNM, é juntar às centrais sindicais e interpelar os parlamentares para que a gente possa promover as alterações, pois essa reforma, apesar de ser necessária, não pode ser tão agressiva”, destacou.
PEC 287
A Proposta de Emenda à Constituição 287 propõe extinguir a aposentadoria por tempo de contribuição; estabelecer uma idade mínima de 65 anos para o acesso ao benefício; equiparação de regras para homens e mulheres, trabalhadores urbanos e rurais, do setor público e privado; desvinculação de pensões e benefícios assistenciais do salário mínimo e proibição do acúmulo de aposentadorias e pensões.
Fonte: FENAM com informações da Central dos Sindicatos Brasileiros