Aconteceu na manhã desta sexta-feira (02) Ato Unificado dos Sindicatos da Saúde contra o caos na saúde pública do estado e municípios. O evento começou às 9h, em frente à sede da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), de onde partiu a caminhada com destino a Prefeitura do Natal.

Participaram do Ato, além do Sindicato dos Médicos Rio Grande do Norte (Sinmed RN), o Sindicato dos Odontologistas do RN (Soern); Sindicato de Enfermagem, Técnicos Duchistas, Massagistas e Empregados em Clinicas e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sipern); Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde); Sindicato dos Farmacêuticos (Sinfarn) e o Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia do RN (SINTTAR), entre outros membros da sociedade civil organizada.

Durante a manifestação, os presidentes e diretores dos sindicatos falaram sobre as dificuldades enfrentadas pelas categorias, nesse momento pelo qual passa a saúde pública do RN.

O presidente do Sipern, Domingos Ferreira, destacou o atraso de dois meses de salário dos servidores terceirizados e a luta para não perder direitos trabalhistas adquiridos. “O governo quer tirar a insalubridade dos profissionais da saúde e isso não podemos permitir, assim como os salários atrasados devido à falta de repasse as empresas terceirizadas. Temos trabalhadores sendo expulsos de casa por que trabalharam, mas não recebem nem mesmo o seu salário em dia, para poder honrar com o seu aluguel”, destacou.

Para o diretor do Sinfarn, Pablo Renoir, a qualificação dos gestores é um passo importante na luta por um SUS de qualidade. “Exigimos que os gestores sejam escolhidos não só por critério políticos, como acontece hoje, mas por critérios técnicos que possam garantir a excelência desses profissionais”, pontuou.

Simone Dutra, vice-coordenadora do SindSaúde, destacou a negligências dos gestores públicos para com a saúde da população. “Temos nos hospitais o aumento do número de óbitos por negligência do Estado. Esse estado que é genocida, na medida em que não garante hoje alimentação, medicação ou segurança, nada para que o serviço de saúde funcione”, afirmou.

Já Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, destacou a união das categorias da saúde, e o fato de que devido a arrecadação atual, os atrasos nos pagamentos do funcionalismo público, não se justificam. “O Estado está batendo recorde de arrecadação. Diz-se que este mês é o de maior arrecadação, mas mesmo assim é o mês de maior atraso no pagamento. Estamos unidos mesmo com as dificuldades, mesmo com as divergências, as causas trabalhistas pelas quais lutamos são maiores do que as nossas diferenças”, esclareceu.

Durante o evento foram destacadas ainda as diretrizes a serem trabalhadas pelos sindicatos, para tentar melhorar a situação atual. Entre outras medidas a serem tomadas, está a solicitação de visitas de órgãos nacionais como a Comissões de Direitos Humanos do Senado e da Câmara Federal, nos hospitais do estado do RN.

Os sindicatos solicitam ainda que parte da verba que será devolvida ao estado por pagamento das obras do Arena das Dunas (R$ 77,5 bilhões) seja aplicada na estruturação dos hospitais e pagamento de dívidas da saúde e que as escalas das unidades hospitalares sejam regularizadas.

Será dado um prazo de 60 dias para que o Governo do RN apresente um plano para solução da crise na saúde e, após esse prazo, caso nenhuma medida para reverter o quadro seja tomada, os sindicatos vão solicitar intervenção federal, através do Ministério da Saúde.

Os sindicatos permanecem unidos na luta pelos direitos dos trabalhadores da saúde e pelas melhorias das condições básicas de trabalho no SUS. Durante os próximos dias, até o dia 20/09 (quando fecha o calendário de pagamento, em atraso, dos servidores estaduais), poderão acontecer atos unificados e paralisações pontuais em unidades de saúde do RN. Os sindicatos garantem que o atendimento de urgência e emergência continuam ativos nas unidades.