29/07/2014
29/07/2014
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) não vem cumprindo sua parte no termo de cooperação firmado com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para pagar os anestesiologistas e os procedimentos de média e alta complexidade realizados nos hospitais particulares que atendem ao SUS. O débito do Estado com o Município em relação ao acordo está acumulado em R$6,5 milhões (os R$ 2 milhões que restam de maio mais os R$ 4,5 milhões de junho).
O não cumprimento do repasse por parte do Estado é o motivo alegado pelo secretário de Saúde do Município, Cipriano Maia, para justificar o não pagamento às cooperativas médicas. O presidente da Coopmed, Fernando José Pinto de Paiva, convocou uma assembleia para as 19h de hoje (29), na Associação Médica, e é possível que os profissionais decidam pela paralisação.
A Coopmed conta com mais de 1 mil médicos cooperados, de várias especialidades, e realiza uma média de 2.500 procedimentos de média e alta complexidade por mês em pacientes do SUS em hospitais públicos e, por meio de convênio, também em hospitais particulares, entre eles, a Promater, o Natal Hospital Center, o Hospital do Coração, o Hospital Médico Cirúrgico e o Memorial.
Cooperado da Coopmed, o presidente do Sindicato dos Médicos do RN, Geraldo Ferreira, explica que os procedimentos são programados, mas não deixam de ser urgências, uma vez que os pacientes se encontram em estado grave. “São cirurgias cardíacas, de ortopedia, neurocirurgia, urologia e procedimentos em pessoas com câncer”, enumera.
O atraso nos repasses da Sesap para a SMS também atinge os anestesiologistas. Segundo o diretor técnico da Coopanest/RN), Sergio Marques de Souza Lima, pelo menos cem anestesiologistas da cooperativa atendem ao SUS por meio de contrato com a SMS e eles estão sem receber por procedimentos realizados ainda em fevereiro. Sergio Marques não falou em paralisação. Ele garantiu que ninguém deixou de trabalhar, apesar da situação ser difícil.