26/06/2014
26/06/2014
O Centro de Saúde Reprodutiva Professora Leide Morais, no Alecrim, suspendeu os atendimentos da unidade por falta de condições de higienização da unidade. De acordo com a direção do Centro, há cerca de duas semanas que os profissionais terceirizados responsáveis pelos serviços de limpeza foram comunicados, pessoalmente, sobre suas transferências para outras unidades de saúde do Estado, a exemplo do Hospital João Machado. Sem limpeza, não é possível seguir com os atendimentos.
As transferências desses terceirizados, segundo Débora Torquato, diretora do Centro de Saúde, não foram comunicadas oficialmente à direção da unidade. Para ela, isso pode ser uma mudança decorrente do processo de Municipalização da unidade, que passará a ser de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS). “Nunca vi um descaso tão grande com a saúde preventiva da população. Nós temos profissionais, materiais e equipamentos para atender o povo, mas não podemos fazê-lo porque não temos higienização”, afirmou Débora.
Conforme relatou a diretora, mesmo diante do processo de municipalização dos serviços, que vem durando há meses, a unidade de saúde preventiva deu continuidade aos procedimentos de Dermatologia, Ginecologia, Sexologia, Climatério, DST, Mastologia, Enfermagem e Psicologia.
“Mas, infelizmente, tivemos que suspender todos os atendimentos devido à remoção de todos os funcionários da higienização sem comunicação prévia”, conta. Essa situação foi comunicada ao Ministério Público no dia 20 de junho, em ofício encaminhado à Promotora de Justiça Elaine Cardoso de Matos. Entretanto, ainda não se tem nenhuma resposta que possa solucionar a situação.
Débora Torquato fez contato com a 62ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal enquanto recebia a equipe de reportagem d’O Jornal de Hoje. Por telefone, a atendente informou que o ofício ainda não tinha sido despachado. Débora ainda relatou ao JH que vem procurando constantemente as secretarias de saúde do Estado e da Prefeitura de Natal em busca de uma resposta, mas ninguém sabe discorrer sobre o assunto.
“Nem o Ministério Público, Governo do Estado ou Prefeitura de Natal me dão algum posicionamento. Isso não pode continuar assim. Nosso atendimento, que sempre foi de excelência, chegou a ser reduzido para 30% devido às transferências dos profissionais de saúde para outras unidades. Agora, todos os atendimentos foram suspensos”, afirmou.
A diretora informou que abriu algumas exceções para mulheres que procuraram o Centro de Saúde Reprodutivo em situação de extrema urgência. “Estou dando autorização para atendimentos de extrema prioridade, porque não posso deixar ninguém em situação complicada. Eu mesma cheguei a fazer preventivo aqui. Mas iremos continuar assim”.
Sobre o processo de mudança da administração da unidade, ela informou que não vê problema. “Minha preocupação não é com o processo de Municipalização. Não me interessa quem será o responsável por isso aqui. Mas preciso e exijo que os atendimentos continuem”, destacou.
A Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap) declarou que o processo de Municipalização está sendo finalizado, faltando apenas algumas assinaturas que oficializem a mudança, especificando em que o Governo do Estado poderá contribuir para que o Centro de Saúde Reprodutiva Professora Leide Morais continue em funcionamento.