26/10/2011
26/10/2011
A Comissão Nacional Pró-SUS – composta por representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) – divulgou na tarde desta terça-feira (25) um documento onde aponta as reinvindicações dos médicos brasileiros visando a melhora da qualidade da assistência e das condições de trabalho dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto – que será encaminhado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, secretários estaduais e municipais de sáude, parlamentares e outras autoridades – sintetiza os motivos que levaram o protesto dos médicos em defesa do SUS.
No Manifesto dos Médicos em Defesa do SUS, é ressaltado que a luta desses profissionais, que que se encontra na linha de frente de consultórios, ambulatórios e hospitais, se ampara nos seguintes eixos:
– por aumento do volume de investimentos do Governo na área da Saúde;
– por uma remuneração adequada no setor público;
– por uma melhora da infraestrutura (física e de recursos humanos) na rede pública de atendimento.
Confira abaixo a íntegra do Manifesto.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MANIFESTO DOS MÉDICOS EM DEFESA DO SUS
Nós, médicos, representados por nossas entidades nacionais e um ano após as últimas eleições presidenciais, reiteramos publicamente à Nação nossa preocupação com a qualidade da assistência em saúde, especialmente na rede pública, cujos inúmeros problemas têm causado insatisfação e insegurança entre profissionais e pacientes.
Nesta terça-feira (25), em protesto contra a crise que afeta o trabalho dos profissionais e a assistência em saúde de milhões de brasileiros, os médicos de 21 estados suspenderão os atendimentos eletivos (consultas, exames e outros procedimentos). Em 19 unidades da Federação, a paralisação será total, durante 24 horas. Em duas unidades, a suspensão será localizada (por unidade ou apenas em alguns horários). Nos 27 estados, haverá manifestações e atos públicos.
A luta dos médicos, que se encontram na linha de frente de consultórios, ambulatórios e hospitais, se ampara nos seguintes eixos:
– Por aumento do volume de investimentos do Governo na área da Saúde;
– Por uma remuneração adequada no setor público;
– Por uma melhora da infraestrutura (física e de recursos humanos) na rede pública de atendimento.
Acreditamos que esse quadro exige um esforço conjunto do Governo – em todas as esferas de gestão -, dos parlamentares, dos movimentos organizados e da sociedade como um todo para garantir o aperfeiçoamento do SUS e sua eficiência, enquanto modelo de atendimento exclusivo e responsável pela oferta de diagnóstico e tratamento de 150 milhões de brasileiros.
O modo como o qual a saúde pública tem sido tratada historicamente apresenta, cotidianamente, sua fatura nas emergências lotadas, nas filas de espera por consultas e exames, bem como no desestimulo que se abate sobre as equipes responsáveis pelo atendimento da população.
Os médicos alertam as autoridades sobre a crise e conclamam todos os setores da sociedade comprometidos com o respeito ao direito cidadão à saúde com qualidade, como previsto na Constituição de 1988, a tomarem posição e buscarem respostas que garantam o futuro do Brasil enquanto projeto de Nação.
Esperamos respostas e soluções aos problemas que comprometem os rumos da Saúde e da Medicina, contribuindo assim para a redução de desigualdades, para a promoção do acesso universal aos serviços públicos e para o estabelecimento de condições dignas de trabalho para os médicos e outros profissionais.
Associação Médica Brasileira
Conselho Federal de Medicina
Federação Nacional dos Médicos