Na tarde de ontem (17),uma equipe formada por membros do Sindicato dos Médicos (Sinmed RN) e do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde RN) visitou o Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, para averiguar as condições de trabalho dos profissionais que lá atuam.

O Sinmed constatou a denúncia da pressão da secretaria estadual de saúde para fechar os serviços de clínica médica e pediátrica do Hospital. Os 54 leitos da clínica médica foram reduzidos a 12 e os leitos da pediatria foram fechados.

Durante a visita a sala de observação pediátrica do hospital estava lotada, com crianças em observação e crianças internadas aguardando vaga em Natal para serem transferidas. Segundo a pediatra, Maria Antônia, a situação é corriqueira, o hospital recebe crianças de Parnamirim e regiões vizinhas, em estado grave e não consegue leitos nos hospitais de Natal, que dispõem de internação pediátrica. “A nossa única alternativa é improvisar com o espaço disponível para não deixar o paciente desassistido”, desabafa a médica diante uma sala repleta de crianças e mães.

Para o médico Kleber Nobre, cirurgião do hospital o correto seria ampliar os serviços para os pacientes e não deixá-los descobertos fechando os leitos e atendimento existente. “O Deoclécio não tem condições de passar atender somente traumas, não dispomos nem de equipamentos, nem de profissionais suficientes. Afinal, o hospital desde sua criação foi projetado como um hospital geral ”, relata o médico.

Durante a visita os médicos lotados no hospital chamaram atenção, também para as instalações das salas de repouso. Sem fechaduras as salas de repouso são verdadeiros cubículos com camas e beliches, a maioria não possui ventilação e nem um tipo de infra-estrutura. Os médicos relatam que o descaso é tanto que até a água que eles bebem durante o serviço tem que ser comprada por eles.

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