25/04/2008
25/04/2008
O Brasil investe 250 dólares por cidadão, enquanto países que têm uma saúde pública de qualidade investem dez vezes mais”. Com essas palavras o presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira, ressaltou a importância da aprovação da PEC 29 pela Câmara dos Deputados, durante o almoço dos médicos com a deputada federal, Sandra Rosado, às 12h, desta sexta-feira (25), na Associação Médica do RN.
A PEC 29 irá garantir ao longo de quatro anos mais R$ 23 bilhões para a saúde pública no Brasil, sendo R$ 5,5 bilhões este ano. A proposta já foi aprovada no Senado e aguarda votação da Câmara dos Deputados.
Segundo Geraldo Ferreira a aprovação da PEC 29 será fundamental para a melhoria da Saúde Pública. “Pedimos o apoio da bancada federal do estado para a aprovação desta proposta”, disse.
A deputada Sandra Rosado, que faz parte da comissão de saúde da Câmara, demonstrou seu interesse na aprovação da PEC 29, mas falou da preocupação do governo federal de não ter recursos disponíveis. “Com a derrubada da CPMF o governo alega que não tem recursos suficientes”, esclareceu.
A parlamentar aproveitou a reunião para criticar a redução em 6% dos recursos do Ministério da Saúde, reduzindo o orçamento de R$ 43 bilhões para R$ 40, 6 bilhões. “A Saúde não pode perder recursos de forma alguma”, enfatizou.
Escolas de Medicina
A criação indiscriminada de escolas médicas também foi debatida na reunião. O presidente do Sinmed/RN pediu regras mais rígidas para essas escolas.
A deputada Sandra Rosado disse se preocupar com a abertura de escolas particulares de medicina. “É muito ruim que isso se torne um comércio. Por isso, é preciso que essas escolas sejam atreladas ao ensino público”, declarou.
Terceirizações
A contratação dos médicos, por meio de cooperativas, foi outro assunto discutido no almoço. “Esses contratos são muito instáveis, mas se as cooperativas pararem teremos muita dificuldades no SUS”, disse Geraldo Ferreira.
A parlamentar defendeu as terceirizações, como forma de suprir o déficit de médicos no sistema público. “Há um descompasso entre o que o governo paga e quanto realmente custam os serviços dos médicos”, enfatizou.