O Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed RN) intensificou visitas as unidades de saúde do Rio Grande do Norte em 2015, para averiguar condições de trabalho dos médicos, e deu prosseguimento este ano, com visitas já realizadas nos hospitais de Natal, Goianinha, Tibau do Sul e Mossoró.
Em Mossoró, o relatório feito pelo Sinmed é incisivo, abrangendo o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e o Hospital Maternidade Almeida Castro, do complexo da Casa de Saúde Dix-sept Rosado.
Em Mossoró, o Sinmed esteve no último dia 20. Além da precariedade de estrutura, serviços e falta até de material básico para atendimento aos pacientes, há preocupação com terceirização.
Terceirização
“O que observamos em Mossoró é um aglomerado de empresas sem unidade de comando. O estado praticamente não tem mais funcionários”, observa Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN. Ferreira demonstrou preocupação com as terceirizações em Mossoró, feitas por empresas que não se tem a certeza do seu compromisso com a saúde da população, além de precarizar o trabalho com contratos que não garantem os direitos dos trabalhadores.
No HRTM são apenas quatro anestesistas concursados e os outros são contratados por uma empresa terceirizada. Já os neurocirurgiões chegam a ficar quarenta dias seguidos no plantão, cobrindo brechas da escala. A maioria dos profissionais é contratada pela empresa SAMA (Serviços de Assistência Médica e Ambulatorial Ltda), terceirizada pelo município de Mossoró.
A demora do repasse de verba da Prefeitura às empresas tem sido um problema recorrente e ocasiona prejuízo a população. Os profissionais da ortopedia, que não recebem os salários há cinco meses, resolveram paralisar as cirurgias eletivas há dois meses e deixam hoje 500 pacientes aguardando o procedimento.
Na maternidade, ginecologistas, obstetras e pediatras só receberam pagamentos até outubro de 2015. O contrato com a empresa NGO (Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia) é feito pelo estado.
Texto: blogcarlossantos.com.br