Agressor de médico em Goianinha vai responder a crimes em liberdade
O idoso que agrediu um médico em Goianinha na segunda-feira passada foi liberado pela polícia após pagamento de fiança de um salário mínimo. Ele responderá em liberdade aos crimes pelos quais será acusado – lesão corporal, ameaça e desacato –, até que saia a sentença judicial.
A informação é do delegado Wellington Guedes, que conduz as investigações do caso. De acordo com ele, o inquérito deve ser finalizado em 10 dias, momento em que o processo vai para a Justiça.
Ainda segundo Guedes, que é titular da DP de Goianinha, o agressor, identificado como Francisco Rodrigues de Souza Irmão, de 65 anos de idade, deve responder por lesão corporal, ameaça e desacato.
Ele teria socado o rosto do médico Luiz Gonzaga Menguita da Costa, de 57 anos, nas dependências do Hospital Municipal de Goianinha na segunda-feira.
De acordo com a polícia, a agressão aconteceu após o médico pedir para que o senhor de 65 anos esperasse a sua vez de ser atendido. O agressor, por sua vez, havia se queixado de fortes dores no peito, que já perduravam desde a noite passada, e solicitava urgência no atendimento.
O médico, ainda segundo a polícia, disse que se o paciente estava com dor desde o domingo devia ter ido ao hospital na noite passada, e que ele esperasse para ser atendido na sua vez. Foi aí que o idoso deu um soco na boca do médico, de acordo com as informações coletadas pelos policiais da DP de Goianinha.
Alegando dores no peito, o idoso foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) de Goianinha e conduzido ao Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, onde recebeu atendimento. O médico agredido prestou depoimento na Delegacia Civil de Goianinha e, posteriormente, foi liberado.
Esse é o segundo caso registrado de agressão contra profissionais de medicina em menos de um mês no estado. No último dia 4, o administrador Guilherme Faria agrediu o também médico plantonista Antônio Andrade no posto de saúde de Tibau do Sul, no litoral sul do Rio Grande do Norte.
O caso teve grande repercussão na internet depois que um vídeo da agressão começou a ser compartilhado no Facebook e chegou até os veículos de comunicação do estado.
Por decisão judicial, Guilherme está impedido de deixar a sua cidade por um período maior do que sete dias sem que a justiça seja notificada.
Procurado pelo NOVO, o Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-RN) não se posicionou sobre o caso recente. O CRM está em período de recesso e só voltará às atividades normais a partir da segunda semana de janeiro.
O Conselho, todavia, já havia solicitado maior segurança para os profissionais de saúde que atendem na rede pública estadual logo após o incidente envolvendo Guilherme Mendes e o médico Antônio Andrade.
O inquérito que apura o caso da agressão feita pelo administrador de empresas ao médico Antônio Andrade ainda aguarda os laudos do Instituto Técnico-Científico (Itep) para a conclusão, além de também ainda restar uma oitiva, a do médico que acompanhava Guilherme no dia da agressão.
Entretanto, de acordo com o delegado André Gurgel, que responde pela DP de Tibau do Sul, ele deve ser indiciado pelos crimes de lesão corporal, dano ao patrimônio público, desacato e constrangimento ilegal. A agressão aconteceu no início do mês de dezembro, no dia 4.