Greve reduz cirurgias em hospitais

Greve reduz cirurgias em hospitais

 A greve de 82 dias dos servidores estaduais da Saúde, completos hoje (1) traz prejuízos aos cinco hospitais da rede de saúde do Estado. Pacientes estão encontrando dificuldades para realizar de curativos mais simples a cirurgias de obstetrícia. As situações mais complicadas estão no Hospital Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim; e nos hospitais Maria Alice Fernandes, e Hospital José Pedro Bezerra (Santa Catarina), na Zona Norte de Natal, segundo levantamento divulgado ontem (31) pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesap).

Emanuel AmaralOntem, grevistas protestaram, em frente à Sesap, com direito a bolo para marcar os 80 dias da paralisação completos no domingoOntem, grevistas protestaram, em frente à Sesap, com direito a bolo para marcar os 80 dias da paralisação completos no domingo



A Sesap informou que em Parnamirim, no Deoclécio Marques de Lucena, das três salas do centro cirúrgico, apenas uma está em funcionamento. Com isso, o número de cirurgias que chegava a 10, em média, caiu para 6 procedimentos por dia. O setor do Pronto-socorro e nutrição também estão com funcionamento reduzido. No Maria Alice Fernandes, seis dos 25 leitos clínicos da unidade foram bloqueados por falta de profissionais. As cirurgias eletivas foram reduzidas de uma média de seis para três por dia. 



Já no José Pedro Bezerra (o Santa Catarina), o centro cirúrgico está com atendimentos reduzidos nas áreas de obstetrícia e cirurgias em geral. No  Hospital Walfredo Gurgel, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) é um dos setores mais prejudicados. A troca de curativos está restrita a pacientes internados. Os pacientes que receberam alta médica estão sendo orientados a procurar unidades básicas de saúde para troca dos curativos. A sala de gesso e o centro cirúrgico também estão com funcionamento reduzido. 



Já no Hospital Ruy Pereira, no setor de nutrição foi necessário contratar plantões eventuais para cobrir a escala.  Nas enfermarias, ocorre atraso na realização de procedimentos como troca de acesso venoso e transporte de pacientes para realização de exames externos. De acordo com o Procurador Geral do Estado, Francisco Wilkie, não existe expectativa de pedido judicial para suspensão ou abusividade dessa greve. O procurador afirma que a PGE aguarda uma conciliação entre o Governo do Estado e os servidores. 



Ontem (31) os servidores da saúde realizaram um protesto, em frente ao prédio da Sesap, na Av. Deodoro. Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde, destacou que o objetivo do movimento era   chamar atenção quanto a compromissos assumidos pelo Governo do Estado durante nas negociações, como a mudança de nível, e não cumpridos.



Rosália Fernandes ainda destacou que na última quinta-feira (27), o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, se comprometeu a nomear a comissão especial que irá apreciar o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) para reintegrar as gratificações transitórias ao cálculo das aposentadorias. Ontem, o deputado Kelps Lima, autor da PEC, informou que a matéria foi aprovada na Comissão de Justiça e Constituição (CCJ) e na sessão de hoje (1), o presidente da AL deve anunciar os membros da Comissão Especial.



Cada integrante terá cinco dias para analisar a PEC, o que pode levar de 15 a 25 dias para conclusão da análise, dependendo do número de membros da comissão, que pode ter três ou cinco titulares. Em Plenário, a PEC precisa obter 2/3 de aprovação dos deputados em primeira e em segunda votação. O deputado informou que, até ontem, a PEC do Governo não tinha sido encaminhada ao Legislativo.



Simbolicamente os servidores levaram um bolo de aniversário, para “comemorar” o 80º dia de greve, que ocorreu no último domingo (30). Foram lidos, pelos servidores, 80 motivos que fazem parte das solicitações feitas pela categoria. Figuram entre os principais pontos, o retorno do pagamento aos novos aposentados de insalubridade,  adicional noturno e de deslocamento, o reajuste de de 27% no salário e a implantação da mudança de nível (promoção por tempo de serviço) para profissionais de níveis elementar e médio.



INSS

A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social  e dos ministérios da Saúde e do Trabalho no RN completa 56 dias hoje (1). O Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho do Estado (Sindprevs-RN) informou que estão sendo realizados os serviços considerados emergenciais, entre eles, o de indenização por auxílio-doença. Das 38 agências no Estado, 30 estão fechadas e oito funcionam parcialmente, em Natal e Mossoró. Serviços como a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição e pedido de seguro desemprego estão parados. O Governo Federal propôs reajuste de 27,5% parcelado até o fim de 2019, o que a categoria não aceitou.



UERN

A greve dos docentes da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte completa hoje (1), 100 dias. No último dia 25, o reitor Pedro Fernandes entregou à chefe do Gabinete Civil do Governo do Estado, Tatiana Cunha Mendes, proposta de reajuste salarial de 57,53% parcelado em quatro vezes – entre os anos de 2015 e 2018. No entanto, o Executivo ainda não se posicionou, segundo Associação dos Docentes da UERN (Aduern). A Aduern espera resposta até amanhã (2). A paralisação prejudica, aproximadamente, 11 mil alunos e, segundo a instituição, o período letivo já está comprometido.

 
 
 

 

whatsapp button