Prefeitura declara não ter dinheiro para pagar médicos de Natal

04/11/2019

Prefeitura declara não ter dinheiro para pagar médicos de Natal

04/11/2019

Prefeitura declara não ter dinheiro para pagar médicos de Natal

“Tem que dar graças a Deus por receber os salários”, essa foi a declaração de Adamires França, secretária de administração da prefeitura de Natal, durante a reunião da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal realizada hoje (04), na casa legislativa, para debater o pagamento das gratificações dos médicos.

A secretária alegou que alguns serviços da prefeitura estão sendo prejudicados para que o executivo possa realizar o pagamento em dia do seu funcionalismo e que 72% do orçamento da prefeitura está comprometido.

George Antunes, responsável pela pasta da saúde do município, corrobora com a fala de Adamires França. “Tenho entendimento de que a reivindicação é legítima, estou solidário aos médicos. Fizemos um concurso prometendo um salário e não estamos cumprindo.  Mas temos perspectiva grande de que a situação financeira melhore”, afirmou.

Com o atraso de mais de seis meses para o pagamento das gratificações, os médicos estão pedindo exoneração dos cargos ou se recusando a assumir.

Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, fez um apelo ao secretário de saúde: “não perca esses profissionais”. E rebateu a secretária de administração afirmando que 1600 servidores que estão com as gratificação em atraso nao devem ser sacrificados para financiar o pagamento em dia de todo o funcionalismo.

“O prefeito está se apropriando do dinheiro dos médicos. Isso é improbidade administrativa”, afirmou.

COOPERATIVA
Uma das principais questões debatidas durante a reunião da Comissão fez referência à contratação da cooperativa médica pela prefeitura de Natal.

Apesar de alegar que não existe verba para pagar ao médico estatutário, a prefeitura tem pago o dobro do salário para os médicos contratados por cooperativa. Os atrasos dos pagamentos da cooperativa não passam de três meses, diferente dos médicos concursados que não recebem as gratificações desde que assumiram os cargos (pelo menos seis meses).

O vereador Fernando Lucena (PT), presidente da Comissão de Saúde da CMN, afirmou que a contratação de cooperativa é muito cara para o município e que é “inadmissível” a diferença salarial paga aos profissionais servidores em comparação aos cooperados.

Preto Aquino (PATRIOTA), vereador membro da Comissão, questionou a informação da prefeitura sobre não haver vacância de cargos, uma vez que foram anunciadas vagas para profissionais da cooperativa em diversas unidades de saúde da prefeitura.

 

A reunião foi encerrada sem nenhuma medida concreta apresentada pelos representantes das secretarias municipais. A comissão de saúde da CMN irá agendar reunião com o prefeito Álvaro Dias para tentar estipular prazos para o pagamento.

A categoria médica aponta indicativo de greve para o mês de dezembro caso as negociações com a prefeitura não avancem até lá.

 

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