Médicos realizam grande ato público em frente ao HWG

08/02/2010

Médicos realizam grande ato público em frente ao HWG

08/02/2010

Os médicos do Estado, que decidiram entrar em greve a partir desta terça-feira (08), realizaram hoje um grande ato público em frente ao Hospital Walfredo Gurgel. Insatisfeitos com o caos instalado no sistema público de saúde, eles quiseram esclarecer à população os motivos de suas lutas por melhoria das condições de trabalho, desocupação dos corredores dos hospitais, disponibilidade de novos leitos, mais vagas nas UTI´s, contratação de recursos humanos e reajuste salarial.

Não só os profissionais lotados no maior hospital de urgência do estado, mas também outros que conhecem a realidade das demais unidades estiveram presentes dando sua opinião sobre a paralisação. Além do Walfredo Gurgel, os Hospitais Santa Catarina e João Machado são exemplos citados e que comprovam a falta de sensibilidade dos gestores com o trabalho do médico.
 
O médico Eduardo Onofre, lotado no Hospital Santa Catarina, trouxe à tona uma das realidades encontradas na unidade. “O Hospital Santa Catarina possui escalas defasadas, além de graves problemas com o abastecimento de medicamentos”, afirma. De acordo com os médicos presentes, estas não são características isoladas de apenas um Hospital. A Drª Mônica Cristina, uma das diretoras do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), também se pronunciou sobre o descaso. “Estamos chegando ao fundo do poço. O Hospital Santa Catarina Catarina está sobrecarregado. Estamos lutando pelos atendimentos”, enfatiza.
 
Outros médicos foram chamados ao microfone para se pronunciar sobre a realidade de seus trabalhos. A psiquiatra do Hospital João Machado, Drª Ana Lígia, falou da deficiência do quadro de profissionais na unidade. “Atualmente o Hospital João Machado possui apenas um psiquiatra atuando, o que sobrecarrega de maneira errada os demais profissionais da unidade”, declara a médica.
 
Denunciar o descaso dos órgãos públicos diante das péssimas condições de trabalho foi o principal objetivo dos médicos que participaram da manifestação. Em um discurso inflamado, o médico e deputado estadual Paulo Davim falou sobre seu apoio à paralisação e sobre o veto do Governo para uma de suas emendas que previa R$ 40 milhões para implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
 
“Acima de qualquer outra coisa, nós médicos não podemos nos envergonhar de declararmos que precisamos de melhores salários, além de segurança e estabilidade. Quanto ao veto dado pelo Governo, esse foi mais uma prova do descaso mostrado à saúde pública do Estado”, afirma.
 
Após quase três semanas de negociações, o Sinmed/RN representado pelo seu presidente, Drº Geraldo Ferreira, aguarda as propostas de negociação e anuncia o início da greve dos médicos do RN nesta terça-feira (8), às 7h.

 

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