Delírios à direita – Artigo Geraldo Ferreira

13/12/2016

Delírios à direita – Artigo Geraldo Ferreira

13/12/2016

Delírios à direita – Artigo Geraldo Ferreira

Foi de Nietzche o chamado, que Hittler a seu jeito respondeu, Nietzche levou ao extremo a possibilidade de aperfeiçoamento do homem. Darwin já avançara para sua conclusão de que na luta pela sobrevivência, com a vitória dos mais aptos, esses genes se transmitiam à descendência. Mas Darwin ressaltava a luta pela sobrevivência como um sentido de autopreservação, Nietzche desenvolve outra vertente, onde o que move o homem e seu aperfeiçoamento é a vontade-de-poder, essa qualidade sim, capaz de realizações magníficas. Observando as grandes realizações humanas conclui que são a dor e o sofrimento os motores dessas realizações.

Piedade, caridade, complacência, humildade, coleguismo são qualidades para a sobrevivência dos fracos, Nietzche prega o retorno à aristocracia natural, cruel e impiedosa na busca por grandeza, desprezando o conforto e o prazer físico, separando as pessoas entre nobre e desprezível, forte e fraco. E avançou para o mundo sem Deus, onde sem bem nem mal, seria governado pela vontade-de-poder. O aperfeiçoamento do homem não teria limite, seu destino seria mais alto, o super-homem, mas para isso é preciso sofrimento, disciplina, coragem frente à dor e até crueldade para eliminação dos mais fracos.

A essa altura desenvolviam-se as teorias da Eugenia, com a defesa de que a humanidade poderia ser melhorada com o impedimento da reprodução de deficientes e idiotas ou sua pura eliminação, isso formaria uma geração de gênios e diminuiria as desigualdades. Pontificava entre outros, Margareth Sanger.

Na sua expectativa de formar a sociedade perfeita, o Ubermenschen de Nietzche, Margarethe avançou até a ideia de eliminação de malformações e inaptos, e ao conceito de que crime, miséria, alcoolismo, deficiência mental seriam imperfeições genéticas. Seria benéfico para a sociedade eliminar os indesejáveis.

O cenário estava preparado e chegar a Hittler foi só um passo, a sombra de seu espírito maligno somou-se às tendências sombrias do seu tempo. O regime nazista matou seis milhões de judeus, mas também milhões de indesejáveis, ciganos, mutilados, retardados e mesmo levemente inaptos, tudo sob o manto do científico, progressista, racional, dentro do louco raciocínio, desprovido de compaixão, de que se estivesse beneficiando a raça humana.

Hittler se via como um visionário, construindo um mundo ideal, povoado por uma humanidade ideal. Terminou sendo, nas palavras de Benjamin Wiker, uma infame excrescência de maldade.

 

Geraldo Ferreira Filho – Presidente do Sinmed RN

 
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