Cirurgiões Gerais paralisam o atendimento no Walfredo Gurgel

30/10/2009

Cirurgiões Gerais paralisam o atendimento no Walfredo Gurgel

30/10/2009

Decididos a não serem mais sobrecarregados, os cirurgiões gerais que trabalham em escala de plantões no Hospital Walfredo Gurgel (WG) irão paralisar o atendimento. A partir do dia 19 de novembro, a escala de três a quatro profissionais por plantões eventuais não mais existirá, uma que vez que os benefícios desta hora extra praticada pelos médicos não estão sendo incorporados ao salário, férias e aposentadoria.

Por se tratar de um hospital de alta complexidade, os plantões eventuais são uma forma de manter viável o atendimento. Para o chefe da Cirurgia Geral do Walfredo Grugel, Drº Abires Arruda Júnior, a hora extra praticada pelos médicos é uma forma de complementar o salário, além de ajudar a completar a escala, no entanto, para tal, os benefícios do médico precisam ser respeitados.

“A escala vinha funcionando com três a quatro cirurgiões desde janeiro de 2009. Com o final das cooperativas houve uma lacuna nas escalas e os médicos se adaptaram a um número escasso de profissionais. Conseguimos nos manter firmes até agora na esperança de que alguma novidade acontecesse, mas cansamos,” enfatiza Drº Abires.

Entre outros motivos, os que vêm gerando a insatisfação do médico lotado no WG, é o stress gerado pela sobrecarga de trabalho, a baixa remuneração, a falta de condições para exercer as atividades de rotina e uma razão que vai além da falta de profissionais: a falta de acordo com a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) sobre a isonomia nas remunerações.

Segundo Drº Abires, a negociação com a Sesap vem de longa data e os médicos já haviam tentado negociar coma Prefeitura e como Governo, mas sem sucesso. “Nós já havíamos tentando negociar a isonomia dos salários em relação à produtividade de cada especialista e isso foi negado. O maior exemplo disso são os hospitais do interior, que concentra as cirurgias de menor porte e como tem um volume grande de casos, os médicos que lá trabalham acabam recebendo um valor bem superior aos do Walfredo, possuindo uma situação bem melhor em termos de trabalho e complexidade dos casos”, explica.

Desta forma os médicos esperam que a situação possa ser contornada até a data estabelecida para a paralisação e que a população não fique desamparada. Para discutirem sobre a paralisação, os cirurgiões se reunirão na sede do Sindicato dos Médicos, na próxima terça-feira (03), às 19:30h.

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