A Política e o Voto – Artigo de Geraldo Ferreira

29/09/2016

A Política e o Voto – Artigo de Geraldo Ferreira

29/09/2016

Para Aristóteles, o objetivo da política é descobrir a maneira de viver que leva à felicidade humana. O momento crucial da Democracia é a campanha política, onde o eleitor faz sua escolha.

A campanha opera com predisposições armazenadas nas mentes das pessoas. Gaudêncio Torquato fala de quatro impulsos básicos, dois de preservação do indivíduo e dois de preservação da espécie, atuando na escolha do eleitor, o impulso Combativo, busca por sobrevivência, segurança, uma vida melhor, o impulso Alimentar considera a economia, saúde, programas sociais, o impulso Sexual, visa a família, os filhos, e o impulso Paternal, trabalha valores, o candidato é um defensor, um protetor. Na campanha se confrontam partidos, grupos, ideologias.

Para Olavo de Carvalho a arena política é uma disputa entre teses de esquerda e direita. Entram em campo questões como controle estatal da economia, interferência do governo na vida social, perseguindo um ideal igualitário acima de questões de ordem moral, cultural, patriótica ou religiosa, pela esquerda; e defesa dos direitos individuais e dos poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado, patriotismo, valores religiosos e culturais tradicionais acima de quaisquer projetos de reforma da sociedade, pela direita. Importam no Candidato, sua aparência e personalidade, sua confiabilidade e liderança.

Para Manuel Castells, as três principais características buscadas no candidato são honestidade, inteligência e independência. A campanha é personalizada e contada como um Drama, o candidato busca fazer o eleitor se sentir identificado.

Nos debates o ataque é contra quem está na frente, mas o que pode alterar as pesquisas são os erros do candidato. O eleitor independente é mais sensível a tomada de decisão contrária aos erros e falhas, daí as campanhas serem hoje de desconstrução de imagem, de ataque e procura de escândalos para desacreditar o adversário, mas o excesso pode cansar e transformar o acusado em vítima. Sem um mínimo de recursos não existe sequer campanha, discursos, debates, visitas e declarações devem compor uma narrativa política para a mídia, buscando empatia com o eleitor.

As estratégias de campanha são três, garantir a base histórica, confundir ou desmotivar o eleitorado do oponente e ganhar o apoio dos independentes ou indecisos. O desinteresse pela política é uma maldição perigosa. Sobre isso, dizia Platão: O castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus.

*Artigo de Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, publicado no Novo Jornal, dia 28/09/2016.

 

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