Mises contra Marx – Artigo Geraldo Ferreira

29/03/2017

Mises contra Marx – Artigo Geraldo Ferreira

29/03/2017

Mises contra Marx – Artigo Geraldo Ferreira

A lei de ferro dos salários, que sobrevive na mente socialista, diz que a faixa salarial é determinada pela quantidade de comida e outras necessidades básicas para a sobrevivência e reprodução, até que as novas gerações de filhos de trabalhadores possam ocupar o lugar de seus pais. Se a faixa salarial aumentasse aumentaria o número de trabalhadores e esse aumento baixaria os salários novamente. Essa é a visão da esquerda sobre o capitalismo, um empobrecimento progressivo do trabalhador, e o erro brutal de Marx. Para Mises, grande expoente da Escola Austríaca de Economia, o que destruiu Marx foi essa ideia, ele não teria percebido a principal característica do capitalismo, a produção em larga escala para atender às necessidades das massas. Também não viu que sob o capitalismo o consumidor tem sempre razão. Como assalariado o trabalhador não pode determinar o que produz, mas como consumidor ele pode dizer a seu chefe, o empresário, o que quer e ele deve fazer. Hegel acreditava que sabia o fim da história, disse que o espírito, Geist, se desenvolve e se manifesta no curso da evolução histórica, assim o curso da história é um progresso das condições piores para as mais satisfatórias. Marx desenvolveu uma interpretação da história onde as atividades humanas seriam produtos ou subprodutos da busca pelas satisfações econômicas, e as forças produtivas materiais seriam a base de tudo. Mises destrói Marx, chamando a atenção para sua cegueira de não atentar que ferramentas e máquinas, as forças materiais de produção, são produtos da mente humana, e a substituição da evolução do espírito de Hegel, pela evolução dos fatores materiais de produção, que numa sequência científica conduziriam numa fatalidade histórica ao socialismo, com a posse coletiva dos meios de produção, era uma bobagem. Se não existissem o lucro e o prejuízo não haveria nenhuma orientação para a produção, são os ganhos e perdas que dizem o que o consumidor está querendo, em que qualidade e quantidade, é isso que também faz com que haja mudança de posse dos meios de produção para quem saiba melhor empregá-los. Richard M. Weaver aponta a propriedade privada como o último direito metafísico, o homem se identifica com o que lhe pertence, mas alerta que a acumulação de enormes propriedades, imensas e integradas, com tendências monopolistas são também um convite ao estabelecimento da propriedade estatal e a uma maior interferência do estado sobre nossas vidas e riquezas.

*Artigo de Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, publicado no Novo Jornal, dia 29/03/2017.

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